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Questões Oportunas

O ESTRANHO CASO DO MINISTÉRIO DAS INFRA-ESTRUTURAS
20-01-2023 - N.A.

É hoje claro que o Ministério das Infra-estruturas, seja pelo conhecimento do seu secretário de Estado, seja pela resposta de "fonte oficial" que deu à notícia da "indemnização milionária" (Expresso, 26/5/22), sabia dos 500 mil euros recebidos por Alexandra Reis ao sair da TAP e que, apesar disso, a nomeou presidente de uma empresa pública da mesma tutela - a NAV - e a viu ainda tomar posse como colega de governo cinco meses mais tarde. Isto ter parecido normal a quem quer que seja é uma prova clara de falta de discernimento. E a demissão do ministro Pedro Nuno Santos e do seu secretário de Estado devem-se a isso.

Entre as ameaças a jornalistas e a desresponsabilização das suas funções, o ministro não consegue responder a nenhuma pergunta sem levantar mais questões, não consegue esclarecer nada sem causar mais dúvidas. Quando olhamos para a realidade, a verdade e a mentira não podem ter o mesmo valor. Aquilo de que temos a certeza ser verdade não pode ser tratado com o mesmo peso daquilo que não sabemos não ser mentira. Fernando Medina diz que "não sabe". Qualquer observador objectivo dirá que não sabe se ele "não sabe". Ouvindo-o, é quase impossível acreditar.

Medina desculpa-se com não fazer parte do governo aquando da indemnização, mas não só tinha a responsabilidade de filtrar as nomeações para a NAV e para o Tesouro como o seu actual secretário de Estado das Finanças tinha responsabilidades directas na TAP durante o executivo anterior, quando se pagou a indemnização. Por mais que o tentem negar, João Nuno Mendes liderou o grupo de trabalho do governo de apoio à TAP (Negócios, 13/5/2020), coordenou as negociações do governo com a Comissão Europeia para a TAP (10/6/2022) e representou o Estado nas negociações com a TAP (Eco, 12/6/2020), sendo hoje secretário de Estado de Fernando Medina. Se lhe disse, Medina sabia. Se não lhe disse, não pode permanecer nas Finanças.

Ora, tem um ministro condições para continuar quando diz desconhecer uma indemnização recebida pela sua secretária de Estado e ocorrida com o seu outro secretário de Estado?

Não tem.

 

 

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