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Questões Oportunas

Covid-19: Costa irritou-se com Marta Temido e obrigou Marcelo a acabar reunião no Infarmed
26-06-2020 - Visão

Primeiro-ministro tirou a palavra à ministra da Saúde quando esta falava de confinamento e disse que o tipo de linguagem e a falta de clareza dos dados que lhe têm chegado impedem o Governo de montar uma estratégia eficaz para travar os contágios

De pequena irritação em pequena irritação até à explosão final. Pode sintetizar-se desta forma a participação do primeiro-ministro na reunião desta quarta-feira, 24, na sede do Infarmed, onde políticos, parceiros sociais e especialistas em saúde pública voltaram a fazer um ponto de situação sobre a Covid-19 em Portugal. Segundo descreveram à VISÃO várias fontes presentes, António Costa demonstrou um crescendo de impaciência e explodiu já no final do encontro, quando a ministra da Saúde intervinha.

Marta Temido estava a sumariar um conjunto de ideias que tinham sido discutidas na reunião que teve lugar em Lisboa e, pelo meio, referiu-se ao período em que os portugueses estiveram votados a isolamento para prevenir a transmissão do novo coronavírus. O líder do Executivo não gostou de ouvir a expressão confinamento e foi lesto a interromper a sua ministra: vincou que o País não esteve em confinamento e alegou que a atividade económica nunca paralisou completamente. Usou, aliás, o setor da construção civil para exemplificar que a paragem não foi absoluta.

Na ótica de António Costa, palavras como as que estavam a ser proferidas por Marta Temido, ditas em público, não facilitam a transmissão de uma mensagem de serenidade e prejudicam o trabalho que o Governo tem vindo a fazer. Segundo relatos feitos à VISÃO, o primeiro-ministro terá mesmo afirmado que aquele tipo de linguagem é um obstáculo à tomada de decisões, em especial face a uma situação difícil como aquela que se vive em Lisboa e Vale do Tejo.

As fontes ouvidas pela VISÃO asseguram que o líder socialista, “visivelmente aborrecido”, pôs-se de pé e quis “deixar claro” que, se algo falhar, a culpa não será sua, uma vez que “a falta de clareza” dos dados que lhe têm chegado e o boom de casos em Lisboa e Vale do Tejo estão a impedi-lo de fazer o juízo adequado sobre as medidas a tomar.

Ainda que não tenha feito um ataque declarado à Direção-Geral da Saúde (DGS) ou a Graça Freitas em específico, o remoque às autoridades sanitárias foi evidente para quem se sentou naquela sala. O primeiro-ministro, salientam, ficou desconfortável com o facto de pela primeira vez em nove reuniões ter sido contrariado pelos epidemiologistas presentes. “Foi um momento de frustração porque a retórica de que está tudo bem acabou”, atira um responsável político.

Marta Temido ouviu em silêncio a reação áspera do primeiro-ministro, que terminou dirigindo-se a Marcelo Rebelo de Sousa: “Senhor Presidente, voltamos a reunir-nos daqui a 15 dias…” E abandonou o auditório. O Chefe do Estado, incrédulo, encerrou o encontro (que já ia bastante demorado) e apressou-se a sair para as habituais declarações à comunicação social.

Fonte: Visão

 

 

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