Angola: Empresários e BNA discutem medidas para travar subida do preço do pão
02-09-2016 - Rede Angola
Associação diz que o BNA possibilita o acesso às divisas apenas a algumas empresas importadoras de farinha de trigo.
O presidente da Associação dos Empresários de Luanda, Francisco Viana, disse que há um “certo desregulamento” a nível do Banco Nacional de Angola, que possibilita o acesso às divisas apenas a algumas empresas importadoras de farinha de trigo.
“Há um certo desregulamento no mercado em que só meia dúzia de empresas é que têm acesso às divisas para importar a farinha”, disse em declarações publicadas pela Angop, reforçando que a alta do preço do trigo está na origem da subida do preço do pão. O dirigente denunciou ainda que “continua a haver especulações ao nível do Banco Nacional de Angola e da banca privada”.
A informação foi avançada ontem, ao final de um encontro entre a associação e membros do Executivo que teve como objectivo pensar “medidas para inibir a subida dos preços dos principais produtos da cesta básica”. O encontro, segundo o empresário, resultou na criação de um grupo de trabalho que vai integrar o Ministério do Interior e outros departamentos ministeriais, a fim de acompanhar a situação dos preços no mercado interno.
“Foi uma reunião importante, visto que o governo está preocupado e as associações empresariais também, sobre o encarecimento dos produtos alimentares em geral e do pão em particular”, disse.
Francisco Viana denunciou também que a farinha de trigo continua a ser desviada para a República Democrática do Congo, o que ajuda a encarecer o preço do produto.
“A farinha está a ir parar na República Democrática do Congo”, declarou e ressaltou que o “governo quer pôr mão pesada no combate à corrupção e ao tráfico de influência”.
No início de Agosto, o Rede Angola publicou as declarações do presidente da Associação das Indústrias de Panificação e Pastelaria de Angola (AIPPA), Gilberto Simão, que também denunciou que a farinha de trigo importada tem sido desviada para venda ilegal na zona da fronteira, em vez de abastecer o mercado nacional.
O encontro, de acordo com a publicação, juntou parceiros e agentes económicos dos ministérios da Indústria, das Finanças, representantes do Banco Nacional de Angola (BNA), de associações empresariais e operadores económicos.
“Durante o encontro foram analisados vários assuntos, dentre os quais a disponibilidade cambial para a importação de farinha de trigo, bem como a quantidade de bens da cesta básica importados no primeiro semestre de 2016”, diz a notícia.
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