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O livro: Isabel os diamantes, o petróleo e os negócios em Portugal

27-03-2015 - Circuloangolano

Toda a gente se interroga como é que Isabel dos Santos conseguiu toda essa riqueza em tão curto espaço de tempo, vivendo num país, onde as desigualdades sociais são enormes, aberrantes e absurdas, a maior parte da sua população vive em bairros degradados, onde os populares são vítimas de um número impressionante de violações dos direitos humanos e onde quotidianamente são negados os seus direitos à habitação condigna, água potável, saneamento, saúde, energia, educação, por isso ser filha do Presidente da República num país como Angola, não é de desprezar pois é a chave do sucesso e da riqueza,a par de um sentimento de persistente pobreza.

A empresária Isabel dos Santos e a Sonangol representam mais de 97% do montante aplicado. Galp Energia, Zon Optimus, BPI e BCP são as empresas que captam o investimento mais elevado.

A promoção “black empowerment” pelo Presidente angolano, destinado a desenvolver uma classe empresarial angolana, tem muitos anticorpos porque a classe empresarial confunde-se com a classe politica com todas as suas incompatibilidades porque, são sempre os mesmos, os suspeitos do costume, misturando dinheiros públicos e privados com portugueses a mistura, daí ser interessante ler com atenção o livro “Isabel os diamantes, o petróleo e os negócios em Portugal ”.

Esta nova burguesia angolana encontra em Portugal a plataforma ideal: um sistema político permeável ao poder do dinheiro, um sistema bancário descapitalizado e com vocação de lavandaria, grupos económicos sedentos de investimento directo, um desemprego de quadros que oferece uma enorme disponibilidade para a emigração.

Acresce um mercado de comunicação social retraído e em recomposição, no qual o capital angolano tem facilidade em reciclar-se, comprando posições, ganhando força simbólica em circuitos europeus de comunicação e captando quadros para a modernização tecnológica e de conteúdos dos media angolanos – uma exigência absoluta da produção de consenso numa sociedade dominada, em que a riqueza nacional é drenada pelo restrito círculo do poder. Portugal, paragem obrigatória para os endinheirados angolanos, a elite (os suspeitos do costume) compram bancos, produtos financeiros e imobiliário e carros de luxo, angolanos da nomenclatura que gozam de inúmeros privilégios e vantagens inacessíveis e imagináveis para a maior parte da população do país. A sociedade está doente, pois, como disse Plutarco, “o desequilíbrio entre ricos e pobres é a mais antiga e fatal doença de todas as nações” (Comentário CAI)

Um livro sobre a mulher mais rica e poderosa de Portugal foi lançado esta semana – e como a primeira bilionária africana fez a sua fortuna.

Gosta de dizer que leva uma vida banal e preza muito a sua discrição. Não tem motorista, costuma andar sozinha sem segurança, e é ela que conduz nos enormes engarrafamentos em Luanda. Isabel dos Santos não dá entrevistas, aparece pouco e é também pouco o que se sabe sobre a sua vida. O jornalista Filipe Fernandes acaba de lançar um livro sobre a filha do presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, e hoje a mulher mais poderosa de Portugal, dadas as suas participações empresariais.

Apesar da sua fortuna, avaliada pela “Forbes” em 3,7 mil milhões de dólares (cerca de 3,5 mil milhões de euros), Isabel evita ostentar sinais de riqueza. Veste-se “de uma forma elegante e discreta”, apesar de apaixonada por jóias, conta Filipe Fernandes. Mas, mesmo discreta, Isabel circula, por vezes, ao lado das elites e famosos e gosta do que o dinheiro pode comprar, como jóias, champanhe e festas em lugares paradisíacos. Isabel “não deixa de fazer muito do que o dinheiro permite e isso deixa rasto”, afirma o autor, citando o caso das suas festas de aniversário. Em 2012, por exemplo, a sua festa foi num hotel em Marraquexe, o Amanjena, que custa 1.200 euros por noite. Em Portugal, foi convidada para o casamento de uma filha do banqueiro Fernando Ulrich. No Brasil, tem amigos na alta sociedade.

Na Suíça, esteve no aniversário de Fawaz Gruosi, o criador da joalharia suíça De Grisogono, marca da qual é cliente de longa data, ainda antes de se tornar a principal accionista. Isabel dos Santos tentava, há muito, entrar no negócio da joalharia de diamantes com uma marca topo de gama, conta a imprensa suíça. A oportunidade surgiu quando a De Grisogono estava a precisar de ser capitalizada – a operação terá envolvido 100 milhões de euros.

Também no seu casamento, em 2002, os jornais avançaram, na altura, que os gastos teriam chegado aos quatro milhões de dólares e três mil convidados, o que foi desmentido pela noiva, que alegou serem apenas 800. Para os seus críticos, angolanos zangados e pobres, Isabel dos Santos é “a princesa” e não lhe chamam assim com afecto. É a menina dos olhos do seu pai, o Presidente. Para os homens de negócios que lidam com ela, é uma estratega.

A poderosa Isabel dos Santos “é fria, boa negociadora, mas viverá sempre com o labéu (e o proveito) de ser filha do presidente da república de Angola”, resume Filipe Fernandes ao Económico. Testa de ferro do pai, dizem os críticos, que a ligam aos negócios dos diamantes e do petróleo, como o jornalista e activista dos direitos humanos, Rafael Marques. Aos críticos, Isabel responde:”Há muitas pessoas com ligações familiares, mas que hoje não são ninguém”.

Quando lhe perguntam se vê alguma ironia no facto de a filha de um guerreiro comunista da Guerra Fria ser hoje o símbolo do capitalismo africano, responde: “Percebo o que quer dizer mas, como já disse, não faço política. Sou empresária e não política.”

Mas, se é verdade que a filha de José Eduardo dos Santos tenta distanciar-se da política, já participou em acções de campanha do pai e do MPLA. O jornal suíço “Le Temps” escreveu sobre ela que, quem a conheceu, a descreve como uma pessoa “charmosa, sofisticada e extremamente inteligente. Mas o seu ‘status quo’ de pessoa politicamente exposta cria, às vezes, um vazio à sua volta”, contava a publicação.

A infância e ligação ao pai

Isabel dos Santos fala do pai como a grande figura que a marcou. Foi com ele que aprendeu a ler e a escrever e que a levou no primeiro dia de escola. A mãe, Tatiana Kukanova, é russa, mas vive actualmente em Londres. Ao “Financial Times”, a empresária e investidora angolana confessou que, na sua infância, os tempos eram de “muitas dificuldades e alguma penúria”, fazendo questão de dizer que vendia ovos, em Angola, para comprar algodão doce.

O marido, o congolês coleccionador de arte Sindika Dokolo, com quem tem três filhos, costuma elogiar publicamente a mulher, tendo chegado a dizer que a forma de se relacionar com a ela é “mais ouvir do que falar, porque é ela que tem as boas ideias, a visão certa”.

O final de tarde perfeito para Isabel dos Santos é na sua cidade angolana, sentada numa esplanada da baía de Luanda, onde tem dois bares, com bom marisco e champanhe à mesa. O resto são, sobretudo, negócios.

Circuloangolano

 

 

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