MANELINHO
02-02-2018 - Manelinho de Portugal
Advertência
Por simpático convite e incentivo do Eduardo Milheiro, amigo e compagnon de route de alguns combates políticos, inicio uma (i)regular colaborção com O Notícias de Almeirim.
Escreverei sobre o que sinceramente penso e sinto, sem auto-censura e, sobretudo, sem quaisquer receios de enfrentar, ou afrontar, o pensamento dominante, bem como o politicamente correcto; do mesmo modo que não temo qualquer lápis azul, pois é minha forte convicção de que este jornal é um espaço de liberdade, pluralismo e tolerância.
Manelinho
Sobre quem foi esste meu antepassado muito pouco, ou nda, chegou a nossos dias, excepto que era tido pelos seus contemporâneos e conterrâneos de Évora como um pobre tolo. Contudo, foi ele que despoletou e encabeçou a maior revolta popular portuguesa contra o domínio espanhol de Portugal, propiciando um ambiente social pró independentista que culminou no golpe de 1 de Dezembro de 1640.
Sendo ao tempo Rei de Espanha Filipe IV (III de Portugal), seu Primeiro-Ministro Gaspar de Guzmán y Pimentel Rubera y Velasco de Tovar, Conde Duque de Olivares, Vice-Rainha em Lisboa Margarida de Saboia, e Secretário de Estado o português Miguel de Vasconcelos, em 1637 os governantes espanhois “lançaram” sobre os portugueses um brutal aumento de impostos com vista a financiar guerras que mantinham no centro e norte da Europa.
Inconformado com tal “peso” tributário, em 21 de Agosto de 1637, o povo de Évora sublevou-se, sendo a rebelião “promovida” e “chefiada” pelo Manelinho.
Rapidamente a mesma se propagou de Norte a Sul do País, sendo disso exemplos as cidades e vilas de Portel, Sousel, Campo de Ourique, Vila Viçosa, Faro, Loulé, Tavira, Albufeira, Coruche, Montargil, Abrantes, Sardoal, Setúbal, Porto, Vila Real e Viana do Castelo.
É certo que esta revolta sucumbiu sob a repressão militar espanhola, mas o “tiro de partida” estava dado para o generalizado apoio popular e nacional ao golpe de 1 de Dezembro de 1640 ocorrido em Lisboa, que conduziu à restauração da independência e soberania nacionais e à aclamação de um Rei português, o Duque de Bragança, Dom João IV.
E hoje, enquanto descendente do Manelinho de Évora, que posso fazer?
Por certo, face às actuais circuntâncias geopolíticas e económicas globais, estando Portugal inserido na UE e na sua “zona euro”, bem como na NATO, com tudo o que isso implica de mitigação de plena soberania, mas também à falta de um inimigo “físico”, não se afigura possível decalcar “directamente” para o presente a forma e a materialização da revolta despoletada pelo Manelinho do Séc. XVIII. Porém, neste 1º quartel do Séc. XXI, em que a globalização económica se sobrepõe às políticas nacionais, cumpre-me alertar os meus concidãos para o perigo da passividade e conformismo face ao politicamente correcto, que mais não é do que desconstrução do modelo civilizacional euro-ocidental, fundado na filosofia grega, no direito romano-germânico e na religiosidade judaico-cristã.
Posto isto, exorto todos os verdadeiros portugueses, amantes da sua Pátria e cultura, a intervirem cívico-politicamente na vida comunitária, pressionando, por todas as formas legais e possíveis, o poder político a, no âmbito das presentes circunstâncias internacionais, levarem até ao limite a defesa da independência e soberania de Portugal.
Manelinho de Portugal
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