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O Novo Neville Chamberlain

14-10-2016 - José António Marques

« São sempre os lados mais maravilhosos e lendários dos acontecimentos que mais impressionam as massas.», ... Gustave Le Bon

Da extrema esquerda, à direita reaccionária, dos falsos sociais-democratas aos falsos socialistas, passando pelos sorumbáticos comunistas, da irmandade dos aventais, ao sindicado do operário da fábrica dos alguidares, da peixeira do bolhão, ao doutor Engenheiro e académico que tudo sabe, da comadre da freguesia, ao bispo de anelinho de ouro em mãos de veludo e unhas protegidas por verniz, todo o ''universo'' Português se anima e esforça por cantar mais alto que o vizinho, a hossana bajuladora, o novo hino da glória....Um Português, Guterres de seu nome , alavanca-se ao lugar cimeiro da ONU. Tanto basta para que todos, incluindo os que antes alinharam palavras de desprezo pela ineficácia da ONU, e pelo seu provado servilismo à nova ordem económica mundial, nela vejam agora a nova Jerusalém,

Na busca da estrada perdida, o Português troca de Sebastião a cada decepção, jogando ao chão o antigo como fumador arremessando amarrotado maço usado.

Quando dormimos é conveniente a fantasia no sonho ameno, mas a política é realidade bruta, matéria para despertos.

Nas páginas de jornais arquivados ficaram os ecos perdidos dos louvores ao Sebastião Durão, que diziam poria Portugal no centro da política Europeia, o sonho desfez-se no Portugal pedinte e humilhado, subserviente aluno do tecnocrata mandarim.

Hoje D. Sebastião chama-se Guterres, que todos dizem ''ser o melhor'' sem cuidar de explicar em quê.

Guterres não foi eleito por ser um homem bom, um político dos afetos, é bem possível que a ''qualidade'' que mais pesou na sua eleição seja a falta dela, em política há lugares que convém serem ocupados por inócuos, lugares de baldio onde alguns oportunistas caçam.

Também não foi por admiração pela nossa Pátria e virtudes, nem por justiça equitativa para com Portugal, o seu passado, ou o seu futuro, ou suposta crença na genialidade do político Português.

A herdeira da URSS e dos seus tiques, aplaudiu ao lado da insaciável águia rapinante, a eleição de Guterres. Quando representações políticas opostas, mestres no jogo geopolítico concordam em aplauso, é por que nenhum dos seus interesses está comprometido.

Nos continentes que a ONU representa o jogo do equilíbrio pensado não é afectado pela eleição de Guterres, a excepção é a Europa, desorientada, com os seus milhões às portas e outros milhões de olhos postos nela, num mundo em transformação, fica claro, a Europa irá suportar mais ainda, o brutal peso dos emigrantes

Guterres não é o homem que o mundo precisa, ele pode vir a ser o bem intencionado Neville Chamberlain do séc. XXI

José António Marques

 

 

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