Conheça os ministros do novo Governo de Luís Montenegro
29-03-2024 - Susana Madureira Martins, Fábio Monteiro, Ricardo Vieira, Diogo Camilo, Manuela Pires
Primeiro-ministro indigitado apresentou a lista de ministros ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, numa audiência no Palácio de Belém.
O novo Governo de Portugal, liderado pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro, foi revelado esta quinta-feira, 18 dias depois da vitória da AD nas eleições legislativas antecipadas.
Luís Montenegro apresentou a lista de ministros ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, numa audiência no Palácio de Belém.
O novo Executivo terá 17 ministérios.
Composição do XXIV Governo Constitucional
Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros: Paulo Rangel
Foi líder parlamentar do PSD, candidato derrotado à liderança do partido e atualmente era eurodeputado e vice-presidente do Partido Popular Europeu. Foi comentador do programa Casa Comum, da Renascença, fazendo contraponto com os socialistas Francisco Assis e José Luís Carneiro.
Há muitos anos a voar entre Bruxelas e o Porto, onde tem residência fixa, Rangel era duplamente apontado: para um ministério de topo como os Negócios Estrangeiros ou para ser proposto como candidato a comissário europeu, após as eleições europeias de junho. Tem um profundo conhecimento dos corredores do Parlamento Europeu, onde tem forte influência política como vice-presidente do Partido Popular Europeu (PPE).
Ficou conhecido o espírito de combate político nos tempos em que foi líder parlamentar do PSD ao protagonizar azedas trocas de palavras com o então primeiro-ministro José Sócrates. É dessa altura o discurso no Parlamento em que acusa o Governo do PS de criar um ambiente de "asfixia democrática" no país.
Ministro das Infraestruturas: Miguel Pinto Luz
O até agora vice-presidente da câmara de Cascais já foi candidato a líder do PSD contra Luís Montenegro e Rui Rio tendo sido derrotado. Foi chamado pelo presidente social-democrata à comissão política do partido em julho de 2022 de que é vice-presidente, tal como Rangel, Leitão Amaro e Margarida Balseiro Lopes.
No curto segundo governo de Pedro Passos Coelho em 2015, Pinto Luz foi secretário de Estado das Infraestruturas, Transportes e Comunicações, onde assinou o polémico despacho da primeira privatização da TAP. É licenciado em Engenharia Eletrotécnica e de Computadores pelo Instituto Superior Técnico (Universidade de Lisboa).
Numa entrevista ao "Expresso", em 2020. chegou a defender uma aproximação do PSD ao Chega, assumindo como "possível" a aliança com o partido liderado por André Ventura.
Em anos mais recentes, o dirigente social-democrata tem vindo a corrigir o tiro e numa recente entrevista ao programa Hora da Verdade da Renascença e do jornal Público explicou que "o Chega dessa altura é manifestamente diferente do Chega agora. Radicalizou-se muito. Houve muita acrimónia, dividiu a sociedade, tentou encontrar muitas vezes papões que não existem, o Chega move-se por ódio".
Ministro da Defesa: Nuno Melo
O líder do CDS-PP tinha lugar praticamente garantido no Governo da AD. Para além da Defesa Nacional, era também apontado pelos centristas para a pasta da Agricultura, uma área em que trabalhou enquanto eurodeputado e que é cara ao partido desde o consulado de Paulo Portas. Nuno Melo sai diretamente do Parlamento para o Governo, depois de o CDS-PP ter passado dois anos numa travessia do deserto sem representação em São Bento.
Com formação em Direito e proveniente do distrito de Braga, da freguesia de Joane, Melo já foi líder parlamentar na altura em que Paulo Portas foi presidente dos centristas e numa fase difícil da vida interna do CDS-PP com violentas trocas de galhardetes com o ex-líder do partido José Ribeiro e Castro que, apeado da liderança do CDS-PP, chegou a chamá-lo de "chefe da banda".
Melo não tem qualquer experiência de Governo e assume agora uma pasta que não é desconhecida do CDS-PP, tendo em conta que a Defesa Nacional já ficou a cargo de Paulo Portas da primeira vez que o então líder centrista passou por um governo.
Ministro da Economia: Pedro Reis
Presidente da AICEP - Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, entre 2011 e 2014, é um dos coordenadores do programa económico do programa eleitoral da AD.
Não tendo um lugar no núcleo de direção de Luís Montenegro, Pedro Reis surge como um dos quatro coordernadores do programa económico da Aliança Democrática (AD) a par de Joaquim Miranda Sarmento, João Vale e Azevedo e António Leitão Amaro e é uma das referências do PSD nesta área.
Pedro Reis tem o seu percurso profissional sobretudo ligado ao setor privado, muitos anos com presença na banca, mas destacou-se na presidência da AICEP entre 2011 e 2014 em pleno período da troika em Portugal, após o resgate financeiro herdado do consulado de José Sócrates no Governo.
Antes da campanha eleitoral para as legislativas de março, Pedro Reis deu uma entrevista ao programa Hora da Verdade da Renascença e do jornal Público, onde dizia que próximo governo devia "tratar bem o setor privado" e apelava a uma diminuição generalizada dos impostos.
"Não conheço nenhum país que tenha futuro que não seja pela aposta no crescimento económico, e o crescimento económico é tratando-se bem o setor privado, não vejo outro modelo que tenha vingado", disse o economista agora indicado para ministro de um governo da AD.
Ministro da Presidência: António Leitão Amaro
Atual vice-presidente do PSD e deputado, foi secretário de Estado da Administração Local no primeiro Governo de Pedro Passos Coelho. Após 2017, esteve ao lado de Rui Rio. Após as eleições legislativas de 2019, passou para a equipa Montenegro.
Em entrevista à Renascença e ao “Público”, em dezembro de 2023, Leitão Amaro não disse se o PSD vai ou não descartar o entendimento com PS quanto à localização do novo aeroporto de Lisboa. O PSD vai "tomar a decisão baseado no comportamento da outra parte e no cumprimento do acordo", disse.
Há quatro anos, os negócios de uma empresa familiar com o Estado foram notícia e alvo escrutínio público.
Docente de Finanças Públicas na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa e na Católica Global School of Law e é Presidente da Assembleia Municipal de Tondela. Foi Marshall Memorial Fellow no German Marshall Fund dos Estados Unidos, Scholar no The Europaeum, Investigador Visitante na Harvard Law School, e advogado na sociedade Cuatrecasas.
Ministro das Finanças: Joaquim Miranda Sarmento
Foi até agora líder parlamentar do PSD. Chegou a ser rotulado como o "Mário Centeno de Rui Rio", desempenhou funções como assessor económico do ex-Presidente da República Cavaco Silva.
Trabalhou no Ministério das Finanças e foi consultor da Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO).
Foi até fevereiro comentador do programa São Bento à Sexta, da Renascença.
Ministro da Saúde: Ana Paula Martins
Ministro dos Assuntos Parlamentares: Pedro Duarte
Ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social: Maria do Rosário Palma Ramalho
Ministro da Agricultura: José Manuel Fernandes
Ministra da Justiça: Rita Júdice
Ministra da Cultura: Dalila Rodrigues
Ministra do Ambiente e Energia: Maria da Graça Carvalho
Ministra da Juventude e Modernização: Margarida Balseiro Lopes
Ministro Adjunto e de Coesão Territorial: Manuel Castro Almeida
Ministro da Administração Interna: Margarida Blasco
Ministro da Educação, Ciência e Inovação: Fernando Alexandre
Fonte: RR
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