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Meloni investe milhões em África para travar migração

02-02-2024 - Ana Meireles

Plano de 5,5 mil milhões envolve investimentos na área da energia em Marrocos ou da educação na Tunísia. União Africana promete colaborar com Roma.

Quando era apenas líder do partido de extrema-direita Irmãos de Itália, Giorgia Meloni falava na necessidade de um bloqueio naval para evitar “uma invasão” de migrantes através do Mediterrâneo. Há dois anos foi eleita primeira-ministra e um dos seus objetivos continua a ser travar a a entrada de migrantes, mas o tom é diferente e esta segunda-feira ganhou forma com o Plano Mattei - estratégia de cooperação com África no valor de 5,5 mil milhões de euros que pretende ajudar a controlar os fluxos migratórios para Itália e para a Europa.

Itália está a fazer uma “escolha precisa de política externa, que levará a dar a África um lugar de honra na agenda da nossa presidência do G7”, declarou Meloni na abertura da cimeira Itália-África, que reuniu esta segunda-feira em Roma 25 chefes de Estado e governo africanos, líderes da União Africana e da União Europeia. Para a governante, este passo mostra que o país está “empenhado em demonstrar que estamos conscientes de quão interligado está o destino dos nossos continentes, e que é possível imaginar e escrever um novo capítulo nas nossas relações que envolvam a cooperação entre iguais, o que está muito distante de qualquer tentação predatória e abordagem caritativa”.

O Plano Mattei - homenagem a Enrico Mattei, fundador da Eni (gigante estatal italiano da energia), que nos anos 50 defendeu a cooperação com países africanos para os ajudar a desenvolver os seus recursos naturais - “pode contar com 5,5 mil milhões de euros entre créditos, doações e garantias”, valor que engloba “cerca de 3 mil milhões do Fundo Italiano para o Clima e 2,5 mil milhões do Fundo de Cooperação para o Desenvolvimento”, detalhou Meloni.

Um grande centro de formação profissional para as energias renováveis em Marrocos, projetos de educação na Tunísia e de acessibilidade sanitária na Costa do Marfim são “alguns dos projetos-piloto” do plano. “A partilha é um dos princípios fundamentais do Plano Mattei e o trabalho desta cimeira será decisivo para enriquecer esse caminho”, explicou a chefe do governo italiano, que mencionou ainda existência de projetos na Argélia, Moçambique, Egito, República do Congo, Etiópia e no Quénia.

A proposta da Itália é “tornar-se um centro natural para o abastecimento energético de toda a Europa”, um “objetivo que, segundo Meloni, pode ser alcançado se a energia for utilizada “como uma chave para o desenvolvimento de todos”. “O interesse da Itália é ajudar as nações africanas interessadas em produzir energia suficiente para as suas necessidades e exportar o excedente para a Europa, combinando duas necessidades: a necessidade africana de explorar esta produção e gerar riqueza, e a necessidade europeia de garantir novas rotas de abastecimento energético”, esclareceu.

Dirigindo-se a Meloni, o presidente da Comissão da União Africana, Moussa Faki Mahamat, afirmou que a UA gostaria de ter sido consultada sobre o Plano Mattei, referindo que “África está pronta para discutir os contornos e modalidades da sua implementação”. “Insisto na necessidade de passar das palavras aos atos, não podemos mais nos contentar com promessas, muitas vezes não cumpridas”, prosseguiu o antigo primeiro-ministro do Chade, citado pela Ansa.

Paralelamente, a UA prometeu colaborar com Itália na contenção da emigração para a Europa. “Itália é o principal ponto de chegada dos fluxos migratórios e África partilha com a Itália a preocupação de conter os fluxos migratórios e a fuga de mão-de-obra jovem”, afirmou Mahamat, sublinhado que, para travar a emigração africana em larga escala, é necessário dar prosperidade às zonas economicamente mais vulneráveis do continente.

Fonte: DN.pt

 

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