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Médicos em greve pela defesa do Serviço Nacional de Saúde

05-07-2019 - AbrilAbril

A paralisação envolveu 80% dos clínicos e teve como objectivo a união de toda a classe médica em defesa do Serviço Nacional de Saúde e pela melhoria das condições de trabalho.

Termina hoje a greve de dois dias convocada pela Federação Nacional dos Médicos (FNAM/CGTP-IN) e pelo Sindicato Independente dos Médicos (SIM), com uma adesão que chegou aos 90% nos blocos operatórios, 70% nas consultas externas hospitalares e 80% nos cuidados de saúde primários, segundo dados da Federação.

Em comunicado, a Federação congratula todos os médicos que «manifestaram o seu descontentamento em relação às actuais políticas de saúde, responsáveis pela destruição do Serviço Nacional de Saúde».

UTENTES ALINHADOS NAS REIVINDICAÇÕES

A Comissão de Utentes do Litoral Alentejano juntou-se ao protesto esta tarde, em frente ao Ministério da Saúde, em Lisboa, num acto de solidariedade com os clínicos e para reivindicar o que falta, também naquela região. 

Numa nota enviada ao  AbrilAbril , denuncia que há cerca de dez mil utentes sem médico nos cuidados de saúde primários e manifesta preocupação relativamente às infra-estruturas. 

Os utentes alertam para a existência de instalações muito degradadas, designadamente no Centro de Saúde de Santiago do Cacém e nas extensões de Saúde de Melides (Grândola), Palma (Alcácer do Sal) e de Saboia e Vila Nova de Milfontes. 

A par do atraso do novo Serviço de Urgência do Hospital do Litoral Alentejano (HLA), que «era para entrar em funcionamento em Dezembro de 2018», criticam o facto de haver «apenas» médicos indiferenciados no Serviço de Urgência Pediátrica do HLA, havendo especialidades como Cardiologia e Neurologia onde existe um especialista para 100 mil utentes. 

Entre outras reivindicações, os utentes exigem ao Governo a abolição de todas as taxas moderadoras e o fim das parcerias público-privado. 


Em declarações aos jornalistas, João Proença, presidente da FNAM, responsabiliza as políticas aplicadas ao longo de décadas e que considera urgente reverter. «Ou a política de saúde muda ou acabam os serviços de saúde públicos», frisa.

O dirigente alerta para o perigo de deixar a Saúde nas mãos dos privados, que «têm em vista o lucro», sublinhando que «tudo o que não dá lucro, como a Oncologia ou a Infecciologia, os privados não querem».

Na convocatória da greve, onde se elencavam as reivindicações destes profissionais, como a revisão das carreiras e das grelhas salariais, o limite de 12 horas em trabalho de urgência dentro do horário normal e o reajustamento das listas de utentes dos médicos de família, considerava-se que «muito pouco se avançou» nestes quatro anos. Salientava-se, pelo contrário, que a precariedade do trabalho médico se vai acentuando, fruto da falta de investimento. 

Os clínicos reforçam que o protesto tem também como objectivo garantir os cuidados de saúde dos utentes e «a qualidade do Serviço Nacional de Saúde, público e universal», tendo apelado à sua compreensão e solidariedade.

Acusam ainda a gestão do Ministério da Saúde, que recusa negociar com os sindicatos médicos a valorização dos profissionais e o reforço do investimento nos meios, mas gasta milhões em empresas prestadoras de serviços.

 

 

 

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