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Trump anuncia recandidatura à presidência e recicla a fórmula do passado

21-06-2019 - Andreia Martins

O Presidente dos Estados Unidos anunciou na terça-feira a recandidatura à Casa Branca, apresentando-se novamente como o candidato disruptivo e anti-sistema que lhe garantiu a eleição em novembro de 2016.

No comício em Orlando, Flórida, Donald Trump repetiu a receita seguida anteriormente, apresentando-se como vítima do jornalismo “fake” e apontando a necessidade de combater a imigração ilegal com o apregoado muro na fronteira com o México.

Donald Trump escolheu Orlando, na Flórida, para lançar oficialmente a recandidatura à presidência, afirmando que aquele estado norte-americano é a sua “segunda casa”. A escolha do local não foi nenhum acaso, uma vez que Flórida é um território de disputa acérrima entre republicanos e democratas em qualquer eleição, swing-state decisivo na vitória sobre Hillary Clinton em 2016.

Num discurso de uma hora e 20 minutos, o atual Presidente norte-americano - que nunca saiu realmente do registo de comício desde que tomou posse - lançou a campanha para as eleições presidenciais, marcadas para 3 de novembro de 2020 perante um estádio com mais de 20 mil pessoas e reciclou os temas que foram pedra angular na eleição de há três anos.

“Hoje lanço oficialmente a minha campanha para um segundo mandato como Presidente dos Estados Unidos, prometo que nunca vos vou desiludir. Vamos manter a América grande”, disse Trump, numa alusão ao slogan familiar de tantos outros comícios.

Ataques aos democratas

Com vários ataques aos democratas, o Presidente acusou os opositores de devastarem o “movimento do povo norte-americano” e de “tentarem destruir o país tal como o conhecemos”.

“Qualquer voto num democrata em 2020 é um voto na ascensão do socialismo radical e na destruição do sonho americano. O Partido Democrata tornou-se mais radical, mais perigoso e desequilibrado do que em qualquer outro momento da história do nosso país”, afirmou Trump. Até ao momento, há um total de 23 candidatos pelo Partido Democrata, sendo que muitos deles estão em vantagem em relação a Trump segundos as sondagens mais recentes.

Por exemplo, no próprio estado da Flórida, bem como a nível nacional, as últimas sondagens apontam para a derrota de Donald Trump contra Joe Biden, Bernie Sanders, Elizabeth Warren, Kamala Harries e Pete Buttigieg nas eleições de 2020.

Sem ignorar esses indicadores, Trump dedicou boa parte do discurso a alimentar os receios do eleitorado. “Imaginem só o que seria deste país se deixássemos que esta multidão raivosa de esquerda liderasse o país. (…) Imaginem que tínhamos um Presidente democrata e um Congresso democrata em 2020. Eles iriam acabar com a liberdade de expressão, usariam o poder da lei para punir oponentes, algo ”, sublinhou Donald Trump.

Com a presença da família – Melania Trump, Ivanka Trump e Jared Kushner, entre outros – mas também do vice-presidente Mike Pence e da porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, que vai abandonar o cargo em finais de junho, Donald Trump não deixou de fazer um dos ataques do costume, apontando para os repórteres presentes na cobertura deste evento: “Isto estão aqui muitos media fake, muitos mesmo”.

O Presidente aproveitou para fazer o balanço de dois anos e meio de mandato, referindo-se aos números da economia como “provavelmente os melhores da história” dos Estados Unidos e ainda à descida da taxa de desemprego nos últimos anos.

O muro, outra vez

Se a 16 de junho de 2015 Donald Trump prometeu construir um “grande muro” na fronteira e fazer com que o México pagasse por ele, agora o Presidente eleito refere que a construção do muro está a avançar, apesar de todos os entraves colocados pelo Congresso.

De recordar que o braço de ferro com os democratas na Câmara dos Representantes esteve na génese, no início do presente ano, do maior shutdown (a paralisação parcial dos serviços do Governo federal) nos 240 anos de história nos Estados Unidos.

Para resolver o problema da imigração ilegal, o Presidente agora candidato promete “acabar com o tráfico humano, acabar com a imigração ilegal e estabelecer um sistema de imigração moderno, baseado em habilitações, nas contribuições e no mérito”.

“Acreditamos que o nosso país deve ser um santuário para os cidadãos cumpridores da lei, não para estrangeiros criminosos”, disse Trump perante a multidão reunida na Flórida. Também no tema da imigração, o Presidente acusou os democratas de pretenderem legalizar a imigração ilegal com o objetivo de alargar a base eleitoral do partido. “Eles querem destruir o nosso país tal e qual como o conhecemos”, acrescentou.

Algumas frases pouco sustentadas que marcaram grande parte da campanha e mesmo da presidência também fizeram parte deste discurso, sobretudo nas referências de negação ao aquecimento global. Contra as tarifas e regulações ambientais, Trump decretou: “Há muito que nosso ar e a nossa água não estavam tão limpos”.

Na saúde, o Presidente criticou o sistema criado pelo antecessor, Barack Obama, destacando a necessidade de o substituir. Sugeriu ainda que a cura para o cancro está muito próxima e prometeu que o vírus HIV/SIDA seria erradicado dos Estados Unidos em breve. “Estamos muito próximos”, reiterou.

Ao nível da política externa, Donald Trump salientou que a guerra comercial com a China está a trazer grandes vantagens ao país. Quanto ao Irão e a atual crise provocada com o alegado ataque aos petroleiros junto ao Golfo de Omã, na semana passada, o Presidente foi menos belicoso que o habitual: “Estamos a definir um caminho para a estabilidade e a paz no Médio Oriente, porque as grandes nações não querem combater guerras intermináveis”.

As eleições presidenciais norte-americanas acontecem a 3 de novembro de 2020. Até lá, tanto o Partido Republicano como o Partido Democrata escolhem o seu candidato em eleições primárias, que deverão decorrer nos primeiros meses do próximo ano.  

nomeação do candidato do Grand Old Party só acontece em agosto desse ano, três meses antes da eleição geral, mas a mais de um ano de distância o candidato republicano parece estar decidido, com Donald Trump a assumir-se como a figura central do partido sem adversários à vista.  

Já no Partido Democrata, são vários os candidatos e as ameaças à Presidência norte-americana, com 23 nomes na corrida à nomeação.  Na próxima semana terão lugar os primeiros dois debates para as primárias democratas: primeiro com Elizabeth Warren, Cory Booker e Beto O’Rouke, a 26 de junho, e no dia seguinte, com Joe Biden, Pete Buttigieg, Kamala Harris e Bernie Sanders.  

Fonte: RTP

 

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