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Cinco maiores bancos em Portugal lucram 4,1 milhões de euros por dia

24-05-2019 - Lusa

O negócio dos bancos em Portugal no primeiro trimestre de 2019 teve melhorias. Nos primeiros três meses do ano, os cinco principais bancos do sistema tiveram um lucro de 373 milhões de euros, o equivalente a 4,1 milhões de euros por dia.

Este valor inclui prejuízos de 93 milhões de euros do Novo Banco, o único dos cinco com contas no vermelho. A melhoria do negócio em Portugal é particularmente visível na Caixa Geral de Depósitos e no Banco Comercial Português, mas também aconteceu no Santander Totta. O banco público quase triplicou os ganhos em Portugal e o privado quase os duplicou. BPI e Novo Banco evoluíram em sentido contrário, ainda que o primeiro seja o grande destaque pela positiva no crescimento do crédito.

O resultado consolidado da Caixa   ascendeu a 126 milhões de euros   entre janeiro e março, tendo o negócio em Portugal gerado lucros de 86 milhões de euros, o que compara com 30 milhões de euros de ganhos na atividade doméstica no primeiro trimestre de 2018.

Para isso contribuiu, segundo a instituição comandada por Paulo Macedo, citado pelo Expresso, um maior contributo da atividade nacional em várias vertentes, embora também tenha contado para este resultado o impacto positivo de 36 milhões de euros de um imóvel na Rua do Ouro, em Lisboa, que registou uma mais-valia de 50 milhões de euros.

Para a evolução positiva do negócio concorreu também a redução do crédito malparado, assim com o   decréscimo dos custos de estrutura   em 5,3%. Por seu turno, as comissões aumentaram 4,8% no mesmo período.

Olhando para os recursos totais, o crescimento não chegou a 1% (0,8%), embora em Portugal os recursos tenham aumentado 5,8%. Já o crédito concedido a clientes, de janeiro a março, caiu 6,5% em termos consolidados. Em Portugal a queda foi de -7,6% .

O financiamento caiu em todas as frentes   com maior expressão no crédito concedido a empresas (menos 9,3%), mas também no crédito à habitação se registou uma queda de 4,7%, o que traduz o esforço de redução do stock de malparado (NPL). A maior queda foi, contudo, o crédito concedido ao sector público administrativo (-16,5%) que espelha uma tendência passada.

Já no BCP os resultados consolidados   ascenderam a 153,8 milhões de euros   no primeiro trimestre, com um contributo de 94,3 milhões de ganhos gerados em Portugal. Para isso contou, à semelhança do que aconteceu na Caixa, a diminuição de imparidades e provisões.

Contudo o BCP, ao contrário do que aconteceu com o banco público, beneficiou do aumento do resultado em operações financeiras   que no primeiro trimestre do ano ascendeu a 60 milhões e, em igual período de 2018, foi de 34,4 milhões de euros.

Em termos consolidados, o crédito a clientes no BCP registou um crescimento marginal de 0,8%, mas em Portugal o financiamento decresceu 1,8%, com uma queda maior no crédito às empresas que passou de 18,9 mil milhões para 18,1 mil milhões de euros. Já quanto aos recursos totais, o crescimento agregado foi de 5,1%, em linha com o crescimento dos recursos em Portugal que foi de 5%.

O Santander Totta tem apenas atividade em Portugal e obteve ganhos de 137,3 milhões de euros nos primeiros três meses, subindo a fasquia em 5,2% face a igual trimestre de 2018. Os recursos subiram 9,3% , mas a concessão de crédito caiu 2,4% por causa do decréscimo do financiamento a empresas que diminuiu 6% no período em análise.

No BPI os lucros foram de 49,2 milhões no primeiro trimestre traduzindo uma queda face ao revelado em igual período de 2018, que ascendeu a 209,9 milhões de euros. Para isso contribuiu a   venda de participações   como a Viacer. O negócio do banco, controlado pelo espanhol CaixaBank, é sobretudo doméstico.

Dos resultados consolidados, o negócio em Portugal contou com 45,5 milhões de euros, o que face ao primeiro trimestre de 2018 revela um decréscimo de 22%, o que decorre da referida venda de participações e da transferência de negócio para o acionista catalão.

Apesar da quebra nos lucros, o BPI registou um   crescimento do crédito , de 3,8%, sobretudo devido ao crédito a empresas, mas também com ganhos nos empréstimos dirigidos a particulares.

A grande exceção

O Novo Banco continua a ser o grande motivo de pressão sobre o sistema financeiro. O banco detido pela Lone Star e pelo Fundo de Resolução obteve um  prejuízo  de 93,1 milhões de euros entre janeiro e março, o que compara negativamente com o lucro de 70,4 milhões registados no primeiro trimestre do ano passado.

O negócio bancário somou 6% para 197 milhões de euros, mas as imparidades continuam a consumir a sua grande maioria: foram 152 milhões de euros de novas provisões e imparidades no mesmo período.

Na causa destas provisões e imparidades está o projeto de venda de ativos em Espanha, o  projeto Albatroz – um  encargo de 35 milhões de euros . As provisões para reestruturação representaram 36 milhões e os clientes problemáticos custaram mais 55 milhões. Há mais alienações de ativos problemáticos para acontecer no futuro.

A herança tóxica continua a pesar na instituição liderada por António Ramalho e o crédito continue a perder peso. Sem crédito a crescer e sem lucros na atividade nacional, o banco continua por normalizar.

 

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