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Entre a “revolução” e a “bomba eleitoral”, Costa amuou

22-03-2019 - Lusa

A redução no preço dos passes sociais, que está a ser apontada pelo PSD como uma “bomba eleitoral” do Governo socialista, marcou o debate quinzenal no Parlamento, com António Costa a defender-se, notando que a medida é uma “verdadeira revolução”, mas com um pequeno amuo pelo meio.

Foi tenso o debate quinzenal com a presença do primeiro-ministro no Parlamento, nesta terça-feira, 19 de Março. António Costa estava preparado para tirar do bolso os números da economia, como prova do bom trabalho do seu Governo, destacando o facto de ter “restaurado a confiança dos consumidores e empresas” e de ter conseguido a “estabilização do sistema financeiro”, bem como a “devolução de rendimentos cortados em salários e pensões”.

O primeiro-ministro notou também que Portugal está, há dois anos, a revelar um “crescimento acima da média europeia”, um cenário que “não é fruto do acaso”, sublinhou, mencionando como principal causa a reversão das políticas que tinham sido implementadas pelo Governo PSD/CDS.

Costa não falou por um segundo sequer da redução do preço dos passes sociais, na sua intervenção inicial, mas foi obrigado a falar do tema perante os ataques do PSD, cujos deputados criticaram a medida como um “acto eleitoral como nunca se viu”. Isto já depois de Marques Mendes ter falado da proposta como uma “bomba eleitoral”.

Para o primeiro-ministro, a medida é uma “verdadeira revolução” que se aplica a todo o país “na medida em que os autarcas de cada região entendam fazê-lo”. Uma ideia que defendeu perante as críticas de PSD e CDS que contestavam que a redução terá efeitos apenas em Lisboa, onde “o PIB per capita é de 120%, superior à media europeia”.

“Os senhores são contra esta redução de preços dos transportes públicos”, atirou Costa perante o burburinho dos sociais-democratas. Como o barulho dos deputados continuou em volume crescente, o primeiro-ministro interrompeu a resposta e calou-se.

“Os senhores deputados já estão esclarecidos”, foi a última coisa que disse ao PSD sobre o tema dos passes sociais, recusando-se a abordar o assunto mesmo depois de Fernando Negrão, o líder da bancada parlamentar social-democrata, lhe ter dito que queria ouvir mais esclarecimentos.

“O que o PSD não quer assumir é que votou contra os passes sociais e contra esta redução do seu tarifário, e não votou contra só para a Área Metropolitana de Lisboa e a Área Metropolitana do Porto, votou contra para todo o país”, atirou, mais tarde, o primeiro-ministro, considerando que existe uma “enorme contradição entre o discurso” do PSD no Parlamento e “o discurso que os autarcas do PSD fazem”.

À esquerda, Bloco e PCP fizeram a defesa do Governo, elogiando a redução do preço dos passes sociais, com Catarina Martins a aproveitar para criticar o anterior Governo de direita, sustentando que “eleitoralismo é disponibilizar um simulador no Portal das Finanças sobre a redução de uma sobretaxa que nunca chegou a acontecer”.

“Incomodam-se de serem os trabalhadores a beneficiar desta medida, ficaram-lhes os tiques da troika“, apontou, por seu turno, Jerónimo de Sousa que lembrou também que o PS chumbou a medida em 2016, votando ao lado da direita.

O debate quinzenal ficou ainda marcado pela tensão que tem sido habitual entre Costa e Assunção Cristas, com a líder do CDS a lançar críticas ao Governo no âmbito do Serviço Nacional de Saúde, dos impostos sobre os combustíveis e do IRC.

Outro tema lançado para o debate por Catarina Martins foi o acordo de cooperação estabelecido entre a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e a RTP para a criação do canal 11. A líder do Bloco de Esquerda questionou Costa sobre o seu posicionamento quanto ao facto de a RTP se dispor a ceder “instalações, arquivo e pessoas” à FPF para “criar um canal concorrente a si própria”.

O primeiro-ministro manifestou-se surpreendido com os detalhes do acordo e apontou que o Governo já tinha pedido esclarecimentos à RTP. Ainda a meio do debate, a comunicação social reportou que a FPF suspendeu o acordo com a RTP.

 

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