Trump pediu ao diretor do FBI para esquecer Flynn e prender jornalistas
19-05-2017 - Lusa
O Presidente dos EUA terá pedido ao diretor do FBI para encerrar a investigação sobre as eventuais ligações do seu ex-conselheiro, Michael Flynn, à Rússia e ainda terá sugerido que os jornalistas que publicassem fugas de informação deveriam ser presos.
Segundo o New York Times, este pedido de Donald Trump ao agora ex-diretor do FBI terá acontecido depois de uma reunião entre os dois em fevereiro, na Casa Branca, de acordo com um memorando escrito por James Comey .
“Espero que possa deixar passar isto. Ele é um bom homem”, terá dito o Presidente dos EUA ao antigo diretor do FBI, na reunião que aconteceu um dia depois do conselheiro Michael Flynn se ter demitido, diz o jornal norte-americano.
O ex-conselheiro deixou o cargo depois de ter assumido que mentiu ao vice-presidente, Mike Pence, e a outros funcionários sobre os seus contactos com a Rússia.
Entretanto, a Casa Branca já veio negar as revelações do jornal americano num comunicado. “O Presidente nunca pediu a Comey ou a outra pessoa para encerrar qualquer investigação, incluindo alguma que envolva o General Flynn”, afirma.
O New York Times escreve ainda que Comey estaria a escrever este tipo de memorandos por ter percebido que o chefe de Estado estava claramente a tentar interferir na investigação. O jornal assegura que as notas de um agente do FBI são consideradas muito credíveis, caso sejam levadas a tribunal como provas de conversas ou afirmações.
De acordo com o mesmo jornal, Donald Trump terá também sugerido ao ex-diretor do FBI que os jornalistas que publicassem fugas de informação deveriam ser presos .
Na semana passada, o Presidente despediu Comey do cargo, justificando esta decisão com o facto de este estar a fazer um “mau trabalho” relativamente à investigação sobre os e-mails da sua antiga rival democrata Hillary Clinton.
No entanto, facto é que Comey estava também a investigar a alegada interferência da Rússia nas eleições de novembro passado, o que levou muitos a compararem esta atitude com a de Richard Nixon no famoso “caso Watergate”.
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