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Polícias e guardas entregam carta aberta a Centeno e ameaçam com greve

24-01-2020 - RTP

Elementos da PSP e da GNR realizaram esta terça-feira protestos simultâneos em Braga, Lisboa e Faro. Em Lisboa, as forças de segurança concentraram-se junto ao Ministério das Finanças, onde entregaram uma carta aberta para exigir atualizações salariais e um subsídio de risco. O Sindicato Nacional da Polícia (SINAPOL) lançou o aviso da possibilidade de greve, caso não sejam dadas respostas por parte do Governo.

Por volta das 16h00, elementos das forças de seguranças concentraram-se em frente ao estádio de Braga - onde decorrem as meias-finais da Taça da Liga - junto do Ministério das Finanças, em Lisboa, e no jardim Manuel Bívar, em Faro, em protesto por melhores condições de trabalho. A ação reivindicativa foi convocada por sete sindicatos da Polícia e pela Associação dos Profissionais da Guarda.

No Terreiro do Paço, o acesso foi cortado e cerca de uma centena de polícias convergiu junto ao Ministério das Finanças para entregar um documento a Mário Centeno onde expõem as suas principais reivindicações. Requerem, essencialmente, a criação de um subsídio de risco e a atualização dos salários.

Numa altura em que decorrem negociações com o Governo, a PSP e a GNR criticam a “falta de abertura” por parte do executivo para resolver os problemas das forças de segurança.

“Foi excluído destas negociações a criação de um subsídio de risco, a revisão das tabelas remuneratórias e vemos pouca abertura para resolver problemas como o pagamento dos retroativos e as entradas e saídas da PSP”, referiu Carlos Oliveira, da Associação Sindical Dos Profissionais Da Polícia, em declarações à RTP.

Os elementos da PSP e da GNR dizem estar desmotivados e queixam-se igualmente da falta de meios, equipamentos e assistência na saúde.

Em Braga, foi reunida mais de uma centena de profissionais das forças de segurança em protestos. Mostravam um cartão vermelho que simboliza "a saturação e o limite".

Paulo Leite, do Sindicato dos Profissionais da Polícia, lamenta que os polícias não estejam a ser ouvidos e diz que o diálogo com o ministro da Administração Interna “não tem sido o melhor”.

“Diz que promete e não cumpre. Não arranja soluções para os problemas dos profissionais da polícia”, critica Paulo Leite.

Aviso de greve

Armando Ferreira, presidente do Sindicato Nacional da Polícia (SINAPOL), lança o aviso de que o setor pode avançar para uma greve caso não existam respostas:

“Todos os meses iremos protestar até o Governo aceitar aquilo que é legítimo para os polícias, ou então, caso não venha a acontecer, e esta escalada de reivindicações dos polícias na rua não tenha resultados, fica em cima da mesa a possibilidade de os polícias poderem recorrer a uma greve”.

“Só ainda não o fizemos porque ela não é legal, mas há alturas na história que demonstram que as coisas que não são legais têm de ser feitas para que os cenários mudem”, continuou a argumentar Armando Ferreira.

Os elementos da PSP e da GNR já tinham anunciado no início de janeiro que vão organizar protestos mensais até que exista uma resposta por parte do Governo às suas reivindicações.

O presidente do SINAPOL diz esperar que “haja bom censo por parte do Governo e que este perceba que os polícias estão cansados de serem colocados de parte e de serem a segunda, terceira ou quarta escolha no que diz respeito ao financiamento”.

“Nunca há dinheiro para a PSP e a GNR, isso é inadmissível”, aponta Armando Ferreira.
Ameaças de processos disciplinares
As manifestações que decorreram durante esta terça-feira reuniram menos polícias do que se esperava. Os organizadores alegam que a baixa participação se deve às ameaças de processos disciplinares.

“Há muitas pressões para que as pessoas não prestem declarações públicas sobre ameaças de eventuais processos disciplinares” , revelou o presidente da SINAPOL.

António Costa vaiado

Para além destas manifestações, durante a manhã decorreu uma vigília do Movimento Zero nos aeroportos portugueses.

Convocada pelas redes sociais, esta vigília do movimento social sem apoio dos sindicatos teve como objectivo a luta por salários dignos e melhores condições de trabalho.

No aeroporto Francisco Sá Carneiro, António Costa foi vaiado pelos elementos do Movimento Zero. O primeiro-ministro tinha acabado de aterrar no Porto quando foi recebido com assobios por algumas dezenas de agentes da PSP e militares da GNR em protesto.

A vigília foi, no entanto, pouco expressiva. Em Lisboa, houve reforço policial, mas o número de manifestantes não chegou a uma centena.

 

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