PJ faz buscas em bancos por causa de operações de clientes. Montepio é um dos visados
17-01-2020 - Paulo Moutinho e Frederico Pedreira
Foram levadas ontem a efeito, quinta-feira, várias diligências para cumprimento de 15 mandados de busca e apreensão. Montepio confirma ser uma das instituições visadas, assim como o BNI Europa.
Polícia Judiciária (PJ) está a realizar buscas em bancos. “Estão a ser levadas a efeito, esta quinta-feira, várias diligências para cumprimento de 15 mandados de busca e apreensão, em instituições bancárias, na sede social de uma associação, em domicílios e em sedes de empresas”, diz a PGR. Tomás Correia é, segundo a TVI, um dos alvos da operação. O Montepio confirma a presença das autoridades nas suas instalações. O BNI Europa também.
“As diligências incidem sobre um conjunto de clientes de instituições financeiras e de entidades suas detentoras, com o propósito de recolha de prova relativamente a operações bancárias realizadas por clientes entre 2011 e 2014, bem como documentação relacionada com estas operações”, acrescenta a Procuradoria-Geral da República (PGR) em comunicado.
De acordo com a TVI, o antigo presidente da Associação Mutualista Montepio Geral, Tomás Correia, é visado nesta operação de combate à corrupção, cujo inquérito se encontra em segredo de justiça. As buscas visam também o Banco BNI Europa, o empresário José Guilherme e o filho.
A investigação, explicou fonte da PGR à Lusa, debruça-se sobre o aumento de capital da Caixa Económica do Montepio (Banco Montepio) em 2013, a constituição do capital social do BNI Europa e a origem do dinheiro usado por um grupo de clientes para a aquisição de unidades de participação do fundo.
Contactado pelo ECO, Tomás Correia não confirma. “Não faço a mais pequena ideia do que se tratam” as buscas que estão a ser realizadas. “Não sou arguido em coisa nenhuma”, diz.
O Banco Montepio confirmou estar a ser alvo e buscas nas suas instalações pela PJ, mas não indica o alvo das mesmas. O banco liderado por Pedro Leitão informou ainda que as diligências surgem a propósito de “operações de clientes” realizadas entre 2011 e 2014. “A instituição cumpre escrupulosamente os seus deveres de colaboração com as autoridades”, diz através de comunicado oficial.
O Banco BNI Europa também confirmou, entretanto, as buscas, mas salienta que “não é visado no processo em causa, mas está a colaborar, como é seu dever, com as autoridades”.
O Ministério Público, coadjuvado pela Unidade Nacional de Combate à Corrupção da PJ e por peritos e consultores da Administração Tributária e do Banco de Portugal, encontra-se a investigar “factos susceptíveis de enquadrar a prática de crimes de burla qualificada, branqueamento e fraude fiscal qualificada”.
Esta operação está a ser presidida por quatro juízes do Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa e Amadora e acompanhadas por quatro Procuradores da República do DIAP de Lisboa, 90 elementos da Polícia Judiciária, quatro elementos da Autoridade Tributária e seis elementos do Banco de Portugal.
O inquérito encontra-se em segredo de justiça.
Fonte: Eco
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