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México garante asilo a Evo Morales, tensão aumenta em La Paz

15-11-2019 - NA

Morales continua a denunciar o “golpe cívico-político-policial” e pediu calma aos seus apoiantes que chegaram ao centro de La Paz.

Depois da festa da oposição durante o fim de semana, na sequência do anúncio da renúncia do presidente boliviano Evo Morales, o ambiente na segunda-feira passou a ser de grande apreensão, com ruas desertas e comércio fechado, à espera da anunciada reacção dos apoiantes de Morales e do seu partido MAS, que viu muitos dos seus dirigentes e governantes presos e em fuga devido ao golpe de estado em curso naquele país.

Na segunda-feira, muitas centenas de partidários de Morales deslocaram-se de El Alto para La Paz, empunhando bandeiras Whipala, que representa os povos originários e foi consagrada segunda bandeira do país. Nas manifestações contra Morales nos últimos dias, foram queimadas muitas destas bandeiras, enquanto militares e polícias as arrancavam dos seus uniformes.

“Estamos pedindo como povo altenho que se respeite a nossa Whipala, porque ela representa o sangue Aymara, o sangue Quechua, o sangue Guarani, mas Camacho e Mesa fizeram queimar nossa Whipala. Nós vimos como Camacho chegou até aqui, usa a Bíblia para espezinhar o povo Aymara”, disse um líder indígena à revista brasileira Fórum, referindo-se ao líder da direita extremista boliviana Luís Fernando Camacho e ao ex-presidente e candidato derrotado nas presidenciais, Carlos Mesa.

Entre os manifestantes estão muitos indígenas e cocaleros, mas também membros da milícia Ponchos Rojos, irrompendo pelo centro da cidade a entoar a palavra de ordem “Agora sim, guerra civil”. A polícia evacuou de imediato os políticos que estavam reunidos no centro de La Paz e pediu apoio aos militares, fazendo antever confrontos graves.

Em cidades como Cochabamba e El Alto, os protestos contra o golpe tomaram as esquadras de polícia como alvo, destruindo as instalações. O comandante da polícia boliviana, general Yuri Calderón, demitiu-se esta segunda-feira após as críticas à inação policial na sequência da renúncia de Morales. Ainda antes disso, muitos polícias amotinaram-se e juntaram-se às forças da oposição na perseguição aos dirigentes do MAS.

Ainda em parte incerta, Evo Morales aceitou a oferta de asilo feita pelo presidente mexicano López Obrador. O chefe da diplomacia mexicana justificou a oferta "por razões humanitárias e em virtude da situação de perigo que ele enfrenta na Bolívia, onde a sua vida e integridade estão em perigo".

Evo tem comunicado através das redes sociais e reagiu às notícias da chegada dos seus apoiantes a La Paz com apelos à não violência. Este tweet é o mais recente apelo e foi partilhado inclusivamente pelo candidato derrotado nas presidenciais do mês passado e apontado como um dos promotores do golpe. Carlos Mesa diz agora temer pela própria vida ao saber que os manifestantes se aproximam da sua residência em La Paz.

Antes da chegada dos apoiantes de Morales a La Paz, a senadora da oposição Jeanine Añez — que reivindica o direito à sucessão, após a demissão em bloco do presidente e de boa parte dos seus sucessores constitucionais — afirmou que pretende convocar eleições em janeiro. Poucos minutos depois, estava também a ser evacuada pela polícia.

 

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