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Operação Marquês: Ex-secretário de Estado nega ter feito convites para deslocação à Venezuela

05-07-2019 - Lusa

O antigo secretário de Estado do Comércio Fernando Serrasqueiro disse hoje, na instrução do processo Operação Marquês, que não acompanhou pessoalmente os convites para deslocação à Venezuela com o primeiro-ministro José Sócrates.

Fernando Serrasqueiro, que foi secretário de Estado do Comércio de José Sócrates, foi o responsável pela organização de uma comitiva negocial para a Venezuela, em maio de 2008, mas afirmou hoje no Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC) que os convites estiveram a cargo do Ministério das Obras Públicas e da AICEP, relatou fonte ligada ao processo.

Segundo a mesma fonte, o antigo governante, testemunha do ex-primeiro-ministro José Sócrates, principal arguido na Operação Marquês, respondeu hoje a perguntas do juiz Ivo Rosa sobre a deslocação da comitiva à Venezuela e os negócios ali realizados, entre os quais a construção de habitações pelo Grupo Lena, também arguida no processo, bem como o ex-administrador da empresa.

Fernando Serrasqueiro, que segundo a fonte teve um “depoimento isento”, disse que não acompanhou o negócio da construção das casas pelo Grupo Lena, que foi muito moroso e cujos pagamentos só foram efetuados em 2011, já nem ele nem José Sócrates estavam no Governo.

A testemunha, que esteve a ser ouvida mais de duas horas, referiu que não acompanhou o procedimento dos negócios e que nunca viu nada suspeito relativamente a José Sócrates, suspeito de ter recebido “luvas” com esse negócio.

Fernando Serrasqueiro foi a última testemunha de José Sócrates a ser ouvida nesta fase de instrução do processo, a decorrer no TCIC, em Lisboa, seguindo-se na próxima segunda-feira o ex-presidente do Grupo Espírito Santo, Ricardo Salgado, suspeito de ter corrompido o antigo primeiro-ministro.

No processo Operação Marquês o Ministério Público questiona a eventual influência de Ricardo Salgado junto do Governo de Sócrates em negócios que tiveram a participação do GES, tais como a contestação à OPA da Sonae sobre a PT em 2006/2007, a cisão da PT Multimédia, a venda da Vivo à Telefónica em 2010 e a compra de 22,28% do capital da Oi por parte da PT.

A Operação Marquês conta com 28 arguidos - 19 pessoas e nove empresas - e está relacionado com a prática de quase duas centenas de crimes de natureza económico-financeira.

José Sócrates está acusado de crimes de corrupção passiva de titular de cargo político, branqueamento de capitais, falsificação de documentos e fraude fiscal qualificada.

A acusação sustenta que Sócrates recebeu cerca de 34 milhões de euros, entre 2006 e 2015, a troco de favorecimentos a interesses do ex-banqueiro Ricardo Salgado no Grupo Espírito Santo (GES) e na PT, bem como garantir a concessão de financiamento da Caixa Geral de Depósitos ao empreendimento Vale do Lobo, no Algarve, e por favorecer negócios do Grupo Lena.

 

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