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Queda das exportações em Novembro foi a maior desde 2009

11-01-2019 - Sérgio Aníbal

Saída do país dos automóveis produzidos em Portugal travou de forma brusca em Novembro, um fenómeno que, diz o INE, “estará associado à greve dos estivadores no Porto de Setúbal”.

A greve no Porto de Setúbal e o impacto que a paralisação teve na saída do país dos automóveis produzidos na Autoeuropa fez do passado mês de Novembro o mais negativo para as exportações portuguesas de bens desde a crise financeira internacional de 2009.

De acordo com os dados divulgados esta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística, as exportações de bens registaram em Novembro passado, face ao mesmo mês de 2017, uma queda de 8,7%. Este é o pior resultado do ano de 2018 (apenas em Março se registou uma descida, de 5,4%), sendo mesmo preciso recuar até Outubro de 2009 - quando a economia mundial estava sob o efeito da crise financeira que tinha afundado os fluxos de comércio internacionais - para encontrar uma variação homóloga das exportações mais negativa.

A explicação para este resultado encontra-se de forma nítida nas vendas de automóveis para transporte de passageiros, que caíram 29,4%, contribuindo com 5,7 pontos percentuais da queda global de 8,7% registada nas exportações.

O INE assinala que esta quebra tão acentuada das vendas de automóveis “estará associada à greve dos estivadores no porto de Setúbal”, que se fez sentir durante praticamente todo o mês de Novembro e que dificultou o escoamento da produção da Autoeuropa, de longe a principal empresa exportadora de automóveis do país.

Têm ainda vindo a ser noticiados outros obstáculos à produção na Autoeuropa, relacionados com a falta de componentes nas fábricas de motores. A empresa anunciou recentemente que em 2018, bateu o recorde do número de automóveis produzidos, mas que o resultado ficou aquém das expectativas.

A travagem das exportações no final de 2018 já tinha sido sinalizada pelo Banco de Portugal nas suas previsões mais recentes para a economia portuguesa. O banco central reviu em baixa as suas estimativas de crescimento, apontando precisamente para o desempenho mais fraco das exportações (e também do investimento) relativamente àquilo que era estimado inicialmente.

Passados os efeitos temporários da greve, existe a expectativa de uma melhoria da evolução das exportações nos próximos meses. No entanto, este indicador está também a ser afectado pela deterioração da conjuntura económica que se está a assistir na generalidade da economia mundial e, em particular na zona euro. Várias entidades internacionais têm vindo a rever em baixa as suas previsões de crescimento para 2019.

Os dados publicados pelo INE revelam ainda que as importações cresceram 11,5% em Novembro face ao mesmo período do ano passado, uma aceleração do ritmo que se vinha registando nos últimos três meses.

Neste cenário, a balança comercial de bens tornou-se mais negativa, passando-se de um défice de 1157 milhões de euros em Novembro de 2017 para um défice de 2066 milhões em Novembro de 2019.

O INE não apresenta os dados das exportações de serviços, que nos últimos anos têm sido decisivos na evolução positiva do comércio internacional português, nomeadamente pela via da venda de serviços de turismo.

Fonte: Publico.pt

 

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