O Caminho para a Estagnação em Portugal
21-09-2018 - Eugénio Rosa
No estudo com o titulo “O CAMINHO PARA A ESTAGNAÇÃO EM PORTUGAL: o emprego aumenta mas a produtividade por empregado diminui, o investimento (FBCF) continua inferior ao consumo de capital fixo, acionistas predadores, e a desigualdade na repartição do rendimento agrava-se” analiso com base nos últimos dados divulgados pelo INE e pelo Eurostat, alguns dos principais problemas estruturais da economia e da sociedade portuguesa, como sejam a queda continuada da produtividade por empregado, o que determina que o aumento do PIB esteja a ser obtido fundamentalmente à custa de mais trabalhadores que produzem, em média, cada vez menos, devido à insuficiência do investimento que continua nem a compensar o “consumo do capital fixo” (amortizações), ou seja, aquele que desaparece por desgaste ou inutilização.
Analiso também o carater predador de muitos acionistas das grandes empresas que, para continuarem a receber enormes dividendos que não pagam imposto, endividam e descapitalizam as empresas, merecendo um tratamento fiscal diferente daqueles que investem os lucros nas empresas criando emprego e riqueza em Portugal mas que não tem merecido qualquer atenção por parte da classe politica.
Finalmente, utilizando também dados do INE, mostro que a repartição da riqueza criada no país entre o Trabalho e o Capital tem-se agravado no país não dando mostras que seja corrigida a curto e médio prazo, constituindo mais um obstáculo ao desenvolvimento do país. Tudo problemas estruturais da economia e da sociedade portuguesa, que impedem que Portugal convirja para média europeia e que os portugueses ascendam a melhores níveis de vida de uma forma sustentada, mas que não têm merecido, a meu ver, a devida atenção no debate quer no espaço público quer no espaço politico.
Espero que este estudo possa ser um contributo para uma maior preocupação por estes problemas e para um mais profundo e alargado debate pois eles condicionam de uma forma determinante o presente e o futuro do país e dos portugueses.
Eugénio Rosa
Economista
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