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Cambridge Analytica. Autor da App diz que agiu dentro da legalidade

23-03-2018 - RTP

O psicólogo russo-americano Alexandr Kogan, um dos responsáveis pelo desenvolvimento de uma aplicação utilizada pela firma britânica Cambridge Analytica para recolher indevidamente dados de milhões de utilizadores do Facebook, afirma-se "chocado" com o caso e está convencido que agiu de forma legal.

"Pensávamos que estávamos a fazer algo perfeitamente normal", afirmou em entrevista à BBC. A "Cambridge Analytica garantiu-nos que era tudo perfeitamente legal e em conformidade com as condições de utilização" do Facebook, justificou.

A Cambridge Analytica está a ser acusada de usar dados de forma abusiva para influenciar o sentido de voto de milhões de pessoas através das redes sociais. Em particular, terá sido determinante para a eleição de Donald Trump.  

O Facebook diz que a firma britânica adquiriu uma aplicação de testes e questionários psicológicos de personalidade apelidada This Is Your Digital Life, desenvolvida em parte por Alexandr Kogan, e descarregada por 270 mil utilizadores daquela rede social.  

Através dos dados cedidos a esta APP pelos utilizadores conseguiu recolher informações em cadeia de mais de 50 milhões de usuários do Facebook e elaborou um programa que lhe permitiu prever e influenciar o sentido de voto dos eleitores, de forma a influenciar a eleição do atual Presidente dos EUA.

Kogan, que é neurocientista e investigador no departamento de neurociências na Universidade de Cambridge, diz-se "chocado" com as acusações levantadas agora contra ele e diz que está a ser usado como "bode expiatório, tanto pelo Facebook como pela Cambridge Analytica".  

Facebook "escandalizado"

Alexandre Nix, presidente executivo da Cambridge Analytica, foi entretanto suspenso após a publicação de um vídeo obtido através de câmara oculta, em que explicava a um potencial "cliente" como influenciar uma eleição e se gabava de ter tido um papel decisivo na eleição de Trump.

Kogan afirmou contudo à BBC que a exatidão dos dados têm sido "exagerada" pelo antigo funcionário da Cambridge Analytica que fez a denúncia e mantém que as informações recolhidas teriam mais provavelmente sido prejudiciais à campanha de Trump.

O Facebook afirma-se "escandalizado por ter sido enganado" através do abuso dos dados dos seus utilizadores pela firma britânica e diz "compreender a gravidade do problema". As ações da rede social caíram de forma abrupta nas ultimas horas, perdendo quase 50 mil milhões de euros em dois dias.

O Parlamento Europeu, uma comissão parlamentar britânica e o Senado dos EUA já convocaram Mark Zuckerberg, a quem exigem explicações.

Os procuradores de Nova Iorque e de Massachussets, assim como o regulador norte-americano do Comércio, FTC, abriram inquéritos.

O escândalo a envolver a Cambridge Analytica rebentou no fim-de-semana, depois de um antigo empregado desta ter vindo dizer que a ideia de criar a rede a partir da aplicação foi sua e que a empresa criou depois uma equipa para a desenvolver.

 

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