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Macron reúne com Merkel e coloca propostas no congelador

19-05-2017 - Esquerda.net

Emmanuel Macron recusou a ideia de eurobonds e afastou a criação de um orçamento europeu comum, aceitando aplicar reformas económicas de forma unilateral.

Tal Hollande, tal Macron. 15 de maio de 2012, 15 de maio de 2017. Faz parte da praxe a primeira visita oficial do recém-eleito presidente da república francesa ser a Berlim.

Em 2012, François Hollande foi visitar Angela Merkel para uma reunião que criou expetativas altas, nada menos do que “resolver a crise de dívida da Europa” escrevia o NYTimes. Oito dias depois, na cimeira europeia de 23 de maio de 2012 ainda se falava de uma “cisão histórica” entre França e Alemanha, com Hollande a exigir a criação de eurobonds para resolver a crise grega. A Alemanha disse não, e por aí se ficou.

Com Macron o assunto foi mais simples. O governo alemão tinha já avisado publicamente no dia 8 de maio que não daria qualquer apoio a eurobonds.

Assim, Emmanuel Macron chegou a Berlim esta segunda-feira, reuniu com Angela Merkel e na conferência de imprensa assumiu que “nunca defendi as chamadas   eurobonds ”. E reforçou: “Não sou um defensor da mutualização das dívidas passadas” porque “isso leva a uma política de desresponsabilização, ou seja, aqueles que se esforçaram não são recompensados ao contrário daqueles que não se esforçaram”, adotando o mesmo discurso moral utilizado por Dijsselbloem e Schäuble.

No programa eleitoral, Macron defende a criação de um orçamento europeu comum mas, tal como reforçou numa entrevista à RTP a 11 de abril, “não das dívidas passadas”, acrescentando “sejamos realistas: eu aceito o princípio moral de que cada um é responsável pela dívida que contraiu”.

Mas a própria ideia de orçamento comum parece estar colocada de parte. Na reunião com Angela Merkel, Macron coloca a revisão dos tratados europeus como objetivo para reforço da zona euro. Mas mesmo aí a chanceler alemã não abre a porta, remetendo primeiro para uma política de reformas económicas a serem aplicadas em França.

“Falámos sobre isso, por alto. Do ponto de vista da Alemanha seria possível alterar os Tratados da União Europeia se tal fizer sentido. E, para fortalecermos a Zona Euro, não só terá de ser um acordo intergovernamental como também terão de ser alterações legítimas.” Alterações que considera necessárias “mas”, alerta, “primeiro iremos trabalhar naquilo que queremos reformar e, se for necessário alterar os Tratados entre nós estarei pronta para isso.”

O resultado da reunião confirma a análise do  politico.eu deste domingo, onde revelava que Macron vai avançar unilateralmente com as reformas económicas pretendidas pela Alemanha, sem compensações nem cedências da parte da Alemanha sobre assuntos da zona euro.

 

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