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Repressão israelita sobre jornalistas palestinianos denunciada em Gaza

24-02-2017 - Abril.pt

Uma concentração solidária com os jornalistas palestinianos encarcerados em Israel teve lugar em Gaza, ontem, numa altura em que Omar Nazzal foi libertado e que Muhammad al-Qiq prossegue a greve de fome contra a detenção administrativa.

A mobilização, organizada pela Assembleia de Jornalistas Democratas frente às instalações do Comité Internacional da Cruz Vermelha (ICRC) em Gaza, ocorreu num momento em que o jornalista Omar Nazzal, de 55 anos, foi libertado.

Nazzal saiu do centro de detenção de Ofer, perto de Ramallah, na Margem Ocidental ocupada, depois de ter passado dez meses na prisão em regime de detenção administrativa – um procedimento que permite a Israel manter os palestinianos encarcerados sem julgamento, culpa formada e sem justificar os motivos da detenção, por períodos de seis meses, renováveis indefinidamente.

Segundo informa a agência Ma'an, Nazzal foi preso a 23 de Abril, entre a Margem Ocidental ocupada e a Jordânia, quando se dirigia para uma convenção de jornalismo na Bósnia. Membro do conselho de administração do sindicato dos jornalistas, Omar Nazzal já tinha estado preso um ano, em 1977; em 1986 foi colocado em prisão domiciliária, em Jenin, também por um período de um ano.

Muhammad al-Qiq em greve de fome

Outro jornalista palestiniano, Muhammad al-Qiq, encontra-se em greve de fome há mais de duas semanas, em protesto contra a sua detenção administrativa pelas autoridades israelitas. Al-Qiq tinha sido libertado da prisão em Maio de 2016, depois de uma greve da fome de 94 dias, também em protesto contra a sua detenção administrativa.

Foi novamente preso em meados de Janeiro, depois de ter participado num protesto em Belém, na Margem Ocidental ocupada, para exigir a devolução dos corpos de palestinianos mortos pelas autoridades israelitas e por elas retidos.

O seu advogado, Khalid Zabarqa, disse à Ma'an este domingo que o jornalista se encontra numa cela que «parece uma cova» e que sofre de tonturas, perda de equilíbrio e dores nas costas.

O anterior encarceramento de Al-Qiq – amplamente condenado pelas Nações Unidas e outras organizações, incluindo o Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM) – e a greve de fome subsequente puseram em evidência o recurso de Israel à detenção administrativa, a detenção arbitrária dos palestinianos, bem como a perseguição movida aos jornalistas palestinianos.

Jornalistas não intimidados

Ahlam Eid, membro da Assembleia de Jornalistas Democratas, tomou a palavra na concentração desta segunda-feira, tendo expressado o seu repúdio pela detenção administrativa e sublinhado que a política israelita de detenções e mortes [de jornalistas] «não intimidou nem irá intimidar os jornalistas palestinianos, assim como não os irá impedir de expor os crimes da ocupação israelita», disse, citada pela Ma'an.

A assembleia informou que há actualmente 19 jornalistas palestinianos em cadeias israelitas, quatro dos quais estão doentes e não recebem a assistência médica devida. Exigiu, ainda, ao Sindicato dos Jornalistas Palestinianos «que não se limite a condenar» estas violações de direitos e que assuma um posicionamento activo.

 

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