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Acabou a “lua-de-mel” entre Marcelo e Governo (a culpa é dos SMS de Centeno)

17-02-2017 - Lusa

Está o caldo entornado entre Marcelo Rebelo de Sousa e o Governo e tudo por causa de Centeno. António Costa não gostou das “farpas” lançadas pelo Presidente da República ao ministro das Finanças, que só surgiram porque Marcelo já viu as SMS comprometedoras trocadas com Domingues.

Vários jornais da imprensa portuguesa avançam que Marcelo Rebelo de Sousa teve acesso às mensagens trocadas entre o ministro das Finanças e António Domingues, ex-presidente da Caixa Geral de Depósitos, e que se sentiu “traído” por causa do seu conteúdo.

Esse dado justificará o tom duro assumido pelo Presidente da República no comunicado emitido, após a conferência de imprensa em que Mário Centeno  se justificou publicamente, no âmbito da polémica em torno das declarações de rendimentos dos administradores da CGD.

De acordo com o Diário de Notícias, Marcelo teve conhecimento das SMS entre Centeno e Domingues no fim-de-semana, através do conselheiro de Estado,  António Lobo Xavier, que é próximo do ex-presidente da Caixa.

O DN garante que o conteúdo das mensagens  “é bastante comprometedor”  para Centeno e que Marcelo se sentiu “traído na confiança que depositou no ministro”.

“O que lhe tinha sido dito pelo ministro estava muito aquém do que revelam as SMS”, salienta uma fonte não identificada ao jornal.

Numa das mensagens, segundo avança o Público, Centeno terá dito a Domingues que a possibilidade de não entrega das declarações de rendimento, no Tribunal Constitucional, estaria bem encaminhada e que o Governo já teria até falado com Marcelo  sobre o assunto.

O Correio da Manhã garante, por seu turno, que há dois SMS que “entalam Centeno”, apontando que o ministro “disse a Domingues que estava a tratar da “resolução” da questão da não entrega das declarações”.

Governo zangado com o Presidente

Terá sido o conhecimento destas mensagens, que implicam directamente Marcelo no processo, sugerindo que estava a par de tudo, que levou o Presidente da República a assumir o tom severo no comunicado em que confirma a manutenção da “confiança” em Centeno.

Marcelo faz questão de sublinhar “a admissão” de “erro” do ministro e reitera que só apoia a sua continuidade no cargo “atendendo ao estrito interesse nacional, em termos de estabilidade financeira”.

Esta nota da Presidência gerou mal-estar no governo. A SIC Notícias adianta que “fontes próximas de Belém” referem que António Costa “não gostou”  da posição de Marcelo.

O primeiro-ministro terá dado nota desse “desagrado” ao Presidente, garante a estação, realçando que, oficialmente, o gabinete de Costa diz que “não há qualquer desconforto”.

Entretanto, a SIC também cita “fontes próximas do Presidente” que sustentam que Marcelo passa a estar de “olho vivo” em Centeno, considerando que o ministro “não pode achar que tem folga”.

Esquerda veta acesso a  emails  e SMS

No meio de toda esta polémica, o Bloco de Esquerda e o PCP continuam à margem e com discursos muito cautelosos.

Jerónimo de Sousa veio dizer que  não põe “as mãos no fogo por ninguém”  e Catarina Martins sustenta que é “tragicamente irónico” que Centeno esteja a ser contestado numa altura em que surgem dados “simpáticos” para a economia portuguesa.

E é já certo que as comunicações trocadas entre Centeno e Domingues, sejam  emails  ou SMS, vão ficar à margem da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) à CGD, graças ao chumbo da esquerda parlamentar .

O presidente da comissão, José Matos Correia, esteve, na terça-feira, reunido à porta fechada com os coordenadores dos vários partidos e, no final, indicou aos jornalistas que os pedidos de PSD e CDS-PP para que as trocas de comunicações integrassem os trabalhos foram chumbados provisoriamente, decisão que será reiterada formalmente em reunião, à porta aberta, esta quarta-feira.

Questionado sobre quem foi a maioria que chumbou o pedido, Matos Correia declarou apenas que  “não foram certamente os partidos” que pediram as comunicações , tendo sido portanto a esquerda parlamentar – PS, BE e PCP – a negar a integração no espólio da comissão desses textos.

O motivo invocado terá sido o facto de este assunto não ser objecto da CPI que se debruça sobre a gestão do banco público entre 2000 e 2015.

Lusa

 

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