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Juros da dívida portuguesa ultrapassam os 4%

06-01-2017 - Sérgio Aníbal

Portugal permanece sob pressão nos mercados internacionais, com percepção de que pode ser o mais afectado com travagem das compras de dívida pelo BCE.

A taxa de juro dos títulos de dívida pública a 10 anos atingiu esta quarta-feira a marca dos 4%, confirmando a pressão a que Portugal tem estado a ser sujeito nas últimas semanas nos mercados internacionais, desde que se tornou mais evidente que o BCE irá travar o ritmo a que está a comprar dívida pública.

De acordo com os dados publicados pela agência Reuters, a taxa de juro registada às 12h20 desta quarta-feira era de 4,01%, o que representa uma subida de 0,1 pontos percentuais face ao valor registado no dia anterior.

A recente subida da taxa de inflação na zona euro e a consequente pressão sobre o BCE para recuar na sua política de juros extremamente baixos têm sido as razões apontadas para que, nos últimos dias, se tenha registado uma subida das taxas nos títulos de dívida dos países da Europa periférica. Portugal tem sido, entre estes países, o mais afectado.

Desde o início desta semana, a taxa de juro da dívida pública portuguesa registou uma subida de 0,25 pontos percentuais, ao passo que em Espanha, Itália e Irlanda as subidas foram de 0,13, 0,14 e 0,19 pontos percentuais, respectivamente.

Foi na terça-feira que foram publicados os dados da inflação na Alemanha, que subiu de 0,7% para 1,7% em Dezembro, sendo divulgados os dados globais para a zona euro no dia seguinte, que revelaram uma variação homóloga dos preços de 1,1% em Dezembro, contra 0,6% em Novembro. Esta aceleração repentina dos preços coloca o BCE sob pressão para rever medidas como o programa de compra de dívida pública ou as taxas de juro zero, que têm contribuído para manter as taxas de juro dos países da zona euro a níveis mais baixos.

Antes disso, nas semanas anteriores, os investidores mostraram estar particularmente preocupados com a evolução dos títulos de dívida portugueses, especialmente depois de, no dia 8 de Janeiro, ter saído da reunião do conselho de governadores do BCE uma decisão que pode ser prejudicial a Portugal. É certo que o banco central prolongou por seis meses o prazo do seu programa de activos, mas não só reduziu o volume de compras mensais como manteve inalteradas as regras que limitam a um terço o valor máximo de dívida que pode deter de um país.

Para Portugal, que é um dos países mais próximos desse limite, este é um motivo para pensar que se irá continuar a registar uma redução das compras de dívida portuguesa que o BCE faz todos os meses.

Desde o dia da reunião do conselho de governadores do BCE, a 8 de Dezembro, as taxas de juro da dívida a 10 anos portuguesas aumentaram quase meio ponto percentual, ao passo que em Espanha, Itália e Irlanda as taxas quase não subiram, subindo apenas 0,08, 0,068 e 0,127 pontos percentuais, respectivamente.

Numa altura em que os dados da actividade económica em Portugal surpreenderam pela positiva, com um crescimento no terceiro trimestre de 2016 bastante acima do esperado, e as metas orçamentais para o ano passado parecem estar próximas de serem alcançadas, os mercados continuam a ver a economia portuguesa e o seu sector financeiro como frágeis e a pressionar o país por causa da percepção generalizada de que é aquele que mais dependente está das compras de dívida pública efectuadas pelo BCE para limitar uma subida das taxas de juro.

Fonte: Publico.pt

 

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