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Comité Central do PCP rejuvenesce 20 anos com novos membros

09-12-2016 - Miguel Marujo e Valentina Marcelino

Mais operários, mais mulheres e menos funcionários do partido integram o órgão máximo do partido. Carlos Carvalhas é o mais velho, Cláudia Varandas a mais nova.

Cláudia Varandas, 21 anos, é a mais nova recruta do Comité Central do PCP. Contribuiu para o equilíbrio da média etária deste órgão máximo da direção dos comunistas. O mais velho é Carlos Carvalhas, com 75 anos, ex-secretário geral. Com Cláudia entraram outros 21 novos membros, cuja média de idades está na casa dos 37 anos - menos 20 que a média dos 25 que saíram do Comité Central e que é de 57. Com este rejuvenescimento dos novos membros, o PCP consegue manter os 47 anos da média de idades do total do Comité Central, atingida no último congresso de há quatro anos.

O rejuvenescimento dos quadros do partido tem sido uma preocupação prioritária dos comunistas. Neste momento, de acordo com o balanço da proposta de resolução política que vai ser debatida no XX Congresso do PCP, que decorre até amanhã em Almada, 44% dos militantes têm mais de 64 anos. No entanto é salientado que, dos 5300 novos militantes que aderiram ao PCP desde 2012 (data do último congresso), 69,2% têm menos de 50 anos. O novo Comité Central tem 155 membros, menos três que o anterior. Tem mais operários (46%), mais mulheres (25,3%) e menos funcionários do partido (62,3%) que os membros do anterior.

Cláudia Varandas e Carlos Carvalhas não se conheciam. Juntaram-se para falar ao DN e não houve timidez nem protocolo. Carvalhas sublinhou não querer "ser paternalista", recusando dar "conselhos" a Cláudia, mas quando ela falava, o seu sorriso deixava implícito o orgulho na nova geração comunista. "As experiências da Cláudia são diferentes das minhas, são de uma época diferente. Estamos os dois no mesmo partido, partilhamos os mesmos ideais e as mesmas convicções e é com as várias frentes de luta que construímos a nova sociedade", salientou.

Cláudia, que é apresentada nos documentos oficiais como militante do partido desde apenas 2015, com ativismo partidário como estudante do ensino secundário, olha Carvalhas com respeito mas sem reverência especial. "Todos os camaradas têm o mesmo valor, independentemente de estarem no comité central ou num centro de trabalho a fazer contactos", responde, quando questionada como sentia o "peso" do ex-secretário-geral ao seu lado no Comité Central. "Sinto-me bastante bem ao lado dele. É um camarada que deixa a juventude sempre à vontade", assinala.

A jovem não hesita nas respostas, tem o discurso bem preparado, apesar de algum nervosismo. Não tem na família ninguém do PCP, nem com atividade política em nenhum outro partido. "Essa ideia de que um jovem comunista tem de ter um pai ou um avô do PCP para ser do partido, é um mito. O que me trouxe para o PCP foi a vida, a minha experiência e aquilo que passei. Quando decidi que queria fazer alguma coisa de positivo por mim e pelos outros que passavam o mesmo, aderi ao partido. A juventude adere ao partido quando sente que é este partido que a defende, que constrói aquilo que desejam para a sua vida e para a sociedade", afiança Cláudia.

No seu longo discurso de abertura - de uma hora e 20 - Jerónimo de Sousa recusou que o PCP se tenha deixado domesticar pelo PS ou que, pelo contrário, leve a reboque os socialistas. Nem uma, nem outra existem, afirmou o líder comunista, apesar do que têm dito desde há um ano "setores da direita mais retrógrada e reacionária". "A sua pureza ideológica" está garantida, afirmou.

Cláudia Varandas e Carlos Carvalhas estarão totalmente de acordo. Como afirma a jovem, "a partir do momento em que os jovens, sentindo as dificuldades que sentem, seja na escola, seja nos locais de trabalho, seja na sua vida quotidiana, constatam que o partido tem políticas que defendem a juventude, isso chama mais jovens". Para a nova membro do Comité Central, os militantes tentam "sempre trazer para o partido" a sua realidade. "Seja das escolas, como é o meu caso, seja das empresas. É preciso ter consciência que quando o partido fala na Assembleia da República e propõe o que propõe, não o faz porque sim." E Carvalhas sorri.

Fonte: D.N.

 

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