E se houvesse uma "geringonça" nos Açores?
14-10-2016 - João Alexandre
A três dias das eleições, a TSF quis saber junto de alguns eleitores açorianos como encarariam essa possibilidade. As opiniões dividem-se.
Nos Açores, a três dias das eleições legislativas regionais, a campanha entra agora na reta final e as sondagens vão dando uma maioria Partido Socialista, mas, como seria se a maioria absoluta conseguida em 2012 se transformasse numa maioria relativa?
A TSF foi saber, junto de alguns eleitores presentes num comício socialista, se estariam, ou não, disponíveis para acolher uma solução governativa idêntica àquela que existe no continente - e as opiniões dividem-se.
"Talvez funcionasse, talvez", adianta José Pimentel que, reformado e com 71 anos, não é um acérrimo defensor de maiorias absolutas: "Uma maioria absoluta muito forte, não sei se é o melhor. Se houvesse uma força que esforçasse o Governo a fazer mais qualquer coisa talvez fosse melhor".
Menos otimista em relação aos benefícios de uma 'geringonça' açoriana estaria Cláudio Botelho, de 65 anos, que, como o próprio sublinha, foi "um dos impulsionadores" do partido no concelho da Povoação, no período pós-25 de abril.
"Acho que é mais difícil. Já tivemos maiorias relativas - o que até não correu muito mal -, mas na altura certa de tomar decisões cada um puxa por si. E, estamos a ver no continente o que está a acontecer agora com o Orçamento do Estado, estamos a ver o resultado. Todos querem que as suas ideias estejam à frente", lamenta.
Já Joana Silva, escriturária de 28 anos, não tem dúvidas de que, na região, os partidos nunca chegariam a acordo para uma solução semelhante àquela que foi conseguida para apoiar o Governo da República: "Os partidos estão muito divididos entre si, acho que era impossível".
Opinião diferente tem Rui Sousa, músico de 34 anos e natural de Ponta Delgada, que, apesar que sublinhar que o PS "tem condições para governar a região autonomamente", desdramatiza um cenário de apoio por parte dos partidos à esquerda.
"Tal como no Governo da República, em que houve um entendimento entre as várias forças partidárias, penso que iriam encontrar uma solução para a melhor forma de governação, uma vez que todos os partidos defendem a região", afirma.
Fonte: TSF
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