Desemprego cai para o valor mais baixo de cinco anos

12-08-2016 - Luís Reis Ribeiro

A taxa de desemprego desceu para 10,8% da população ativa no segundo trimestre deste ano e houve 0,5% de criação de emprego, diz o INE.

A taxa de desemprego desceu para 10,8% da população ativa no segundo trimestre deste ano, o valor mais baixo em mais de cinco anos, anunciou o Instituto Nacional de Estatística (INE) nesta quarta-feira.

Segundo o INE, “este valor é inferior em 1,6 pontos percentuais (p.p.) ao do trimestre anterior e em 1,1 p.p. ao do trimestre homólogo de 2015”, além de ser “o mais baixo desde o primeiro trimestre de 2011”.

Em todo o caso, o instituto observa que a melhoria nas condições do mercado na criação de empregos entre o primeiro e o segundo trimestre é “comum”. Terá a ver com a proximidade do verão e os empregos sazonais, que ajudam a absorver muitos desempregados.

Portugal conta agora com cerca de 559,3 mil pessoas sem trabalho, menos 12,6% (menos 80,9 mil pessoas) do que no primeiro trimestre e menos 9,8% (menos 61,1 mil pessoas) face ao segundo trimestre de 2015.

Há 12 trimestres consecutivos (desde meados de 2013) que o contingente de desempregados está a recuar em termos homólogos. Neste período de abril a junho reforçou essa tendência.

Melhoria generalizada

A melhoria generalizada da situação do mercado de trabalho acontece também noutros indicadores relevantes. Por exemplo, o INE dá conta de uma descida assinalável do desemprego jovem (pessoas com 15 a 24 anos) de 29,8% no segundo trimestre de 2015 para 26,9% em igual período deste ano.

No desemprego de longa duração (pessoas à procura de trabalho há mais de um ano), a incidência baixou de 7,6% para 6,9% dos desempregados.

Segundo o INE, o alívio homólogo no conjunto do desemprego total foi explicado pelos decréscimos nos seguintes segmentos populacionais: “ambos os sexos, com prevalência nos homens (33,8 mil; 10,6%); todos os grupos etários em análise, com destaque para o das pessoas dos 35 aos 44 anos (30,1 mil; 21,1%); pessoas com um nível de escolaridade completo correspondente, no máximo, ao 3º ciclo do ensino básico (51,8 mil; 15,0%)”.

O desemprego também recuou no grupo das pessoas “à procura de novo emprego (55,3 mil; 10,1%), provenientes de qualquer setor de atividade, sobressaindo o da indústria, construção, energia e água (29,2 mil; 17,2%) e o dos serviços (28,0 mil; 8,2%); e à procura de emprego há 12 e mais meses (38,3 mil; 9,7%)”.

A economia também registou um aumento do emprego, embora mais ténue do que no ano passado, por esta altura. “A população empregada, estimada em 4 602,5 mil pessoas, verificou um acréscimo trimestral de 2% (mais 89,2 mil pessoas) e um acréscimo homólogo de 0,5% (mais 21,7 mil pessoas).”

Sazonalidade

O instituto repara também que esta melhoria do primeiro para o segundo trimestre costuma acontecer quase sempre. Deve estar ligada ao arranque dos empregos de verão e isso está patente na recuperação forte do emprego entre os mais jovens e no sector dos serviços, por exemplo.

Os vínculos mais precários — contratos a termo e outro tipo de vínculos (prestadores de serviços) — também recuperaram no segundo trimestre face ao primeiro

Diz o INE que o aumento trimestral do emprego (os tais 2%) “é comum nos segundos trimestres de cada ano, ainda que com diferentes amplitudes. O aumento agora verificado é inferior ao de 2015, idêntico ao de 2014 e superior aos de 2013, 2012 e 2011”.

E observa ainda que “a taxa de atividade da população em idade ativa situou-se em 58,3%, valor superior ao observado no trimestre anterior em 0,2 p.p. e inferior ao do trimestre homólogo em 0,3 p.p..

O inquérito ao emprego é realizado junto da “população com 15 e mais anos, não sendo os valores ajustados de sazonalidade”, diz o instituto.

Fonte: Dinheiro Vivo

Voltar