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LMM sobre aumento de salários: Até o ministro da Economia “duvida das intenções” de Costa

17-06-2022 - Taísa Pagno

“Nem o ministro da Economia acredita nas intenções de António Costa”, declarou no sábado Luís Marques Mendes, referindo-se ao apelo do primeiro-ministro aos empresários para que aumentem os salários em 20% nos próximos quatro anos.

“Toda a gente concorda. A questão é como se faz”, indicou o comentador no seu espaço de opinião na SIC Notícias, notando que “o Governo diz às empresas para aumentar os salários, mas o Governo, aos da função pública, aumenta-os no mínimo dos mínimos, em 0,9%”.

Costa “diz uma coisa mas faz o seu contrário, porque para aumentar os salários nas empresas é preciso mais crescimento económico e maior produtividade. Para isso era preciso haver novas políticas. Mas o primeiro-ministro não anunciou nenhuma política nova”, apontou Marques Mendes.

“A ideia é boa, mas nem os ministros a levam a sério. É o caso do ministro da Economia. Disse Costa Silva ao Expresso: “O primeiro-ministro não dá ponto sem nó, mas como vamos lá chegar não sei”. Ou seja, nem o ministro acredita nas intenções do primeiro-ministro. Até o ministro duvida das intenções do primeiro-ministro”, disse.

Na sua opinião, o tema dos salários é uma “manobra de diversão política” que visa evitar a questão da subida dos preços e da perda do poder de compra.

“Outra forma de ajudar os salários a crescer está nas mãos do Governo: baixar a carga fiscal sobre o trabalho”, o que não tem acontecido “há quatro anos consecutivos” em Portugal, segundo a OCDE.

Combustíveis: Espanha com “medidas mais sólidas”

Durante o seu comentário habitual, falou igualmente sobre o aumento dos preços. Comparando Portugal a Espanha, concluiu que por cá “os combustíveis são genericamente mais caros” e, nalguns casos, “as diferenças são significativas”.

“A guerra que afeta Portugal e Espanha é a mesma”, afirmou, destacando que o Governo espanhol “dá aos seus automobilistas um bónus” que por cá “não existe, de 0,20 cêntimos por litro, tanto no gasóleo como na gasolina”.

Essa “é uma opção política”, que o Governo de Pedro Sánchez, esta semana, “renovou sine die, até existir a guerra”, disse Marques Mendes, frisando: “o Governo espanhol tomou medidas sólidas”.

O comentador indicou ainda que, segundo os dados mais recentes divulgados por Bruxelas, a carga fiscal em Portugal é mais alta que em Espanha.

Ministra da Saúde remodelada?

Miguel A. Lopes / Lusa

No que se refere ao encerramento de serviços em 12 hospitais nacionais, Marques Mendes afirmou que “se a ministra da Saúde [Marta Temido] não começa a remodelar o SNS [Serviço Nacional de Saúde] para estancar esta degradação, vai acabar ela própria remodelada, mais tarde ou mais cedo”.

“A degradação nos hospitais está a acentuar-se. Agora, com particular destaque, nos serviços de obstetrícia. Há cada vez mais falta de médicos. Fogem para o privado. E não se vê uma reforma capaz de estancar esta degradação”, indicou.

Relativamente à vacinação, o comentador considera que a Direção-Geral de Saúde (DGS) “agiu bem”, quer “nas mudanças que introduziu, quer no anúncio com bastante antecedência. Uma dúvida apenas: acho que a vacina da gripe devia ser recomendada para maiores de 50 anos, à semelhança do inverno do ano passado”.

A DGS anunciou a nova fase da vacinação contra a covid-19 e contra a gripe, a iniciar a 05 de setembro.

“Descentralização: a trapalhada total”

“São autarcas contra autarcas e autarcas contra o Governo. Todas as semanas há sempre mais uma correção. O Governo anda sempre a correr atrás do prejuízo”, afirmou o comentador sobre a descentralização.

Sobre o combate à corrupção, disse se tratar de “outra trapalhada”. “Entrou em vigor a nova autoridade para atuar na prevenção da corrupção. Chama-se Mecanismo Nacional Anticorrupção. Sucede que o novo organismo não tem órgãos, não tem quem o dirija, não tem funcionários nem sede. Só existe no papel”, referiu.

Como “última trapalhada”, apontou para o novo aeroporto. “Primeiro, era no Montijo. Depois, talvez em Alcochete. A seguir, haveria um estudo de avaliação ambiental estratégica. Agora, pode voltar a ser no Montijo e cair a avaliação ambiental. Mais uma enorme trapalhada”, concluiu.

Ucrânia na UE: solidariedade na guerra

Relativamente à Ucrânia, “se a UE não” lhe der “o estatuto de país candidato, comete um erro político enorme. Mostra falta de solidariedade num momento muito delicado da guerra” e “dá um trunfo inesperado e incompreensível à Rússia e a Putin”, disse, frisando: “será um sinal grave de divisão”.

Relativamente à posição de Portugal, indicou que o país “devia estar na linha da frente da defesa da Ucrânia como candidata à UE, até por uma razão de coerência: quando, nos anos 80 do século passado, precisámos da ajuda da Europa, a Europa esteve connosco”.

Marques Mendes notou que “é muito preocupante o silêncio do Governo sobre esta matéria. Não é um bom sinal”, considerando ainda que esta “exige um debate sério na Assembleia da República. Já era tempo de esse debate ser requerido por algum partido ou pelo Governo”.

Fonte: Zap.pt

 

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