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Zelensky partilha imagem de soldado ucraniano com símbolo nazi

13-05-2022 - AbrilAbril

Assinalando, nas suas redes sociais, o Dia da Vitória sobre o nazi-fascismo, Volodymyr Zelesnky partilhou a fotografia de um soldado ucraniano com a insígnia Totenkopf, usada pelas SS entre 1934 e 1945.

«Convém mas é não confundir género humano com o Manuel Germano», advertia o escritor Mário de Carvalho. Neste caso, é importante não confundir estas tristes exibições com a justa solidariedade com o povo ucraniano. É incauta a defesa de um regime, liderado por Volodymyr Zelensky que, na semana passada, aproveitando o estado de guerra, avançou com  a proibição dos partidos políticos da oposição.

À esquerda, a publicação de Volodymyr Zelensky a assinalar o Dia da Vitória sobre o nazi-fascismo com a imagem de um soldade ucraniano neo-nazi; à direita, em cima, o pormenor da insígnia usada pelo soldado e, em baixo, o mesmo símbolo a ser usado pelas SS durante a II.ª Guerra Mundial. A mesma fotografia continua disponível, no dia 10 de Maio de 2022, na página de Twitter do Ministério da Defesa da Ucrânia. 

«Mas poderia um povo que perdeu mais de oito milhões de vidas na batalha contra o nazismo, apoiar o nazismo?», questionava Zelensky. Se por um lado é crucial não confundir o povo ucraniano com o nazismo, é igualmente fundamental denunciar e condenar os elementos neo-nazis que pululam nas forças armadas do país. E já se vai tornando difícil ocultar a sua omnipresente existência.

Até o facto de Zelensky ser judeu é um contra-argumento frequentemente utilizado para desviar a atenção de um problema sobejamente identificado desde 2014, a presença de forças neo-nazis nas forças armadas ucranianas e a existência de grupos para-militares de extrema-direita, muitos deles assumidamente nazis.

Os nazis de Schrödinger: «não existem» mas não falham uma sessão fotográfica

Naquilo que só poderá ser, de acordo com essa narrativa, mais uma estranha coincidência, foi a vez do próprio Zelensky, Presidente da Ucrânia, partilhar a fotografia de um soldado do seu exército a usar uma insígnia nazi. A ocasião foi, curiosamente, a celebração do Dia da Vitória sobre o nazi-fascismo, data em que se comemora a rendição da Alemanha nazi em 1945.

Não é a primeira vez que acontece. No dia internacional da mulher, 8 de Março, a NATO teve a mesma ideia, partilhando a fotografia de uma militar que ostentava, no peito, o Sol Negro, criado e utilizado pelas SS,  a organização paramilitar do partido nazi alemão e, mais recentemente, pelo batalhão Azov.

Tal como aconteceu com Zelensky, a imagem foi rapidamente apagada das redes (pode ainda ser visitada numa das páginas da internet que arquivam conteúdo), não sem antes deixar uma questão no ar: se, após a invasão, o número de forças neo-nazis integrados no exército ucraniano seria, alegadamente, residual, porque é que não param de aparecer seus elementos em fotografias oficiais das forças militares da Ucrânia?

Simbologia de ódio

«Entre outros usos, a  Totenkopf [caveira ou  death's head], tornou-se o símbolo de um dos três ramos das SS: a  SS-Totenkopfverbände», a unidade da caveira, refere a Liga Anti-Difamação, ADL, uma organização judaica que luta contra o anti-semitismo, com ligações ao estado israelita.

A função inicial desta brigada era a de gerir os campos de concentração em funcionamento na Alemanha nazi, tendo, posteriormente, sido integrados na 3ª Divisão SS  Totenkopf, conhecida pela sua brutalidade e pelos crimes de guerra cometidos contra judeus, africanos  e prisioneiros de guerra.

Era este mesmo símbolo, pertencente à divisão nazi, que o soldado ucraniano, partilhado por Zelensky, exibia orgulhoso na sua farda. A situação toma contornos ainda mais grotescos se tivermos em conta que o presidente da Ucrânia não só é judeu, como parte da sua família foi morta nos mesmo campos de concentração geridos pelos  Totenkopf.

 

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