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Covid-19 está muito menos letal entre os mais velhos

05-03-2021 - Nuno Guedes

Desde o início da pandemia que a proporção de óbitos Covid com mais de 80 anos não era tão baixa. A letalidade nestas idades caiu para um terço entre janeiro e fevereiro. Vacinação pode já estar a ter efeitos.

Em fevereiro, 62,5% dos mortos registados em Portugal com Covid-19 tinham 80 ou mais anos. Parece muito, mas é o número mais baixo desde março de 2020, no início da pandemia, e segundo os cálculos da TSF, a percentagem caiu semana após semana durante fevereiro.

Na última semana de janeiro, esta taxa rondava os 68%, descendo para 64,3%, 62,9%, 59,3% e, finalmente, 58,9% na última semana de fevereiro.

Analisando outro lado da mesma realidade, Milton Severo, investigador do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP), explica à TSF que, dos números que analisaram, também concluíram que de janeiro para fevereiro a chamada taxa de letalidade caiu de forma mais abrupta nos mais idosos.

Se, no mês anterior, 30% dos doentes com mais de 80 anos que contraíram o SARS-CoV-2 acabaram por morrer, em fevereiro - até ao dia 25 - essa percentagem caiu para 10%, ou seja, cerca de um terço e muito acima da redução de 10% para 5% dos 70 aos 80 anos ou das descidas registadas noutras faixas etárias mais novas.

Recorde-se que a vacinação nos lares, onde vivem predominantemente pessoas mais frágeis e com mais de 80 anos, começou no início de janeiro e prolongou-se até ao final desse mês, estando neste momento a decorrer a vacinação dos maiores de 80 que vivem em suas casas, já tendo sido vacinados 35% dos idosos acima desta idade.

O investigador do ISPUP é, no entanto, cauteloso, admitindo que a descida da letalidade nos mais velhos pode ser ou não um efeito das vacinas: "Existem outras possíveis explicações, como o efeito do confinamento, que reduziu a sobrecarga nos serviços de saúde, dando a possibilidade aos serviços de cuidarem melhor dos doentes, o que não invalida que possa já existir aqui um efeito da vacinação, mas temos de aguardar mais uma ou duas semanas".

Admitindo que esta poderá ser uma luz ao fundo do túnel, mas que ainda temos uma boa parte do túnel para percorrer, Milton Severo espera, aliás, que daqui a umas semanas o efeito das vacinas seja muito maior do que aquilo que revelam os números até hoje divulgados, para fevereiro, pelas estatísticas da Direção-Geral da Saúde (DGS).

Lares estão muito mais relaxados e alegres

Caldas de Almeida, médico geriatra e vice-presidente da União das Misericórdias Portuguesas, também admite que parece que a vacina já começa a ter algum efeito nos mais velhos, mas sublinha que a palavra é mesmo "parece" - é cedo para certezas científicas.

"Está a haver um muito maior controlo da pandemia e uma diminuição dos óbitos dos muito idosos, o que parece indicar que a vacinação está a proteger estas pessoas", detalha.

A Associação de Apoio Domiciliário, Lares e Casas de Repouso confirma que os novos surtos praticamente desapareceram dos lares e aqueles de que tem conhecimento duram, quase todos, há algumas semanas.

Em paralelo, João Ferreira de Almeida refere que o ambiente dentro dos lares está muito mais tranquilo. "Estavam todos muito ansiosos para levar a vacina e ficaram muito satisfeitos, sobretudo após a segunda dose. Todos estão mais tranquilos, mais seguros e isso notou-se, felizmente, porque a ansiedade já era a suficiente com a diminuição das visitas."

Caldas de Almeida acrescenta que com as vacinas o ambiente nos lares é hoje muito mais "relaxado e alegre", diminuindo "o medo que os utentes tinham de ficarem doentes e de morrerem".

Fonte: DN.pt

 

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