Edição online quinzenal
 
Quinta-feira 28 de Março de 2024  
Notícias e Opnião do Concelho de Almeirim de Portugal e do Mundo
 

Sondagem dá vitória a Marcelo na 1.ª volta (com Ana Gomes no 2.º lugar). Presidente preocupado com abstenção

22-01-2021 - Zap

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, vence as eleições à primeira volta com 63%, segundo uma sondagem da Universidade Católica para a RTP e para o jornal Público, que coloca a ex-eurodeputada socialista Ana Gomes na segunda posição.

A sondagem dá a Ana Gomes  14% das intenções de voto, mais quatro pontos percentuais do que André Ventura, candidato e líder do partido de extrema-direita Chega (10%).

João Ferreira , o candidato apoiado pelo PCP, surge com  5%, dois pontos percentuais à frente da candidata do Bloco de Esquerda,  Marisa Matias, que recolhe  3%.

Nesta sondagem da Católica, Marisa Matias está empatada com o candidato apoiado pela Iniciativa Liberal,  Tiago Mayan Gonçalves, que também recolhe 3% das preferências dos inquiridos.

Vitorino Silva , o líder do partido RIR, mais conhecido por Tino de Rans, está na última posição com  2%.

O estudo da Católica para a RTP e o Público indica ainda que  62% dos inquiridos  dão por garantido que irão votar no próximo domingo.

Marcelo preocupado com abstenção

O Presidente da República e recandidato ao cargo, Marcelo Rebelo de Sousa, apontou esta quarta-feira uma segunda volta  como provável, “quase inevitável” , no caso de a abstenção nas eleições presidenciais de domingo atingir os 70%.

Marcelo Rebelo de Sousa, que falava durante um encontro com alunos na Escola Secundária Pedro Nunes, em Lisboa, justificou no final aos jornalistas a decisão de continuar com ações de campanha, apesar da gravidade da evolução da covid-19 em Portugal, com o argumento de que  “a democracia não se deve suspender”.

Durante esta iniciativa, o chefe de Estado e candidato presidencial voltou a assumir “a responsabilidade máxima por aquilo que corre bem ou mal” na gestão política do combate à covid-19 em Portugal, realçando que além de declarar o estado de emergência também assina os decretos de execução do Governo.

“Era mais cómodo dizer: a culpa é de Governo, naquilo que são pormenores, porque eu defini o quadro geral e o Governo executa – mas acho que não era honesto. Eu prefiro ser julgado daqui a quatro dias, qualquer que seja o sentido do julgamento, por aquilo que fiz, não fiz, o Governo fez, não fez, o parlamento autorizou ou não, porque se não neste país  nunca ninguém é responsável por nada. Aqui, sou eu, pronto, sou eu, ponto final, parágrafo“, afirmou.

Perante cerca de 50 alunos sentados em cadeiras dispostas no auditório da escola, um antigo ginásio, Marcelo Rebelo de Sousa referiu que, com a sua experiência de “analista político durante 50 anos”, já analisou todos os dados disponíveis e não tem “estados de alma” em relação aos resultados das eleições.

“Basta que a abstenção atinja 70% para  tornar quase inevitável uma segunda volta, porque a abstenção pune em função da intenção de voto dos vários candidatos, atinge mais os que têm mais intenção de voto“, apontou.

No liceu onde estudou entre 1959 e 1966, o professor catedrático de direito jubilado, que se recandidata a Presidente da República apoiado por PSD e CDS-PP, considerou que “quem vai a uma eleição ganha ou perde e não fica mais infeliz por perder ou mais feliz por ganhar, é assim, faz parte da lógica das coisas”.

No final desta iniciativa, em que esteve perto de duas horas e meia à conversa com os alunos, a comunicação social perguntou-lhe se não deveria interromper a campanha e ficar no Palácio de Belém como Presidente da República.

“Mas eu sou sempre Presidente, ao mesmo tempo que sou candidato, e uma coisa que é fundamental é não dar aos portugueses, que devem votar no domingo, um sinal contraditório do apelo à votação“, respondeu.

“ Uma coisa é ir ponderando a resposta à pandemia,  outra coisa é suspender a democracia. A democracia não se deve suspender“, acrescentou.

Em seguida, Marcelo Rebelo de Sousa fez um apelo à participação nas eleições de domingo, defendendo que “o dia da votação deve decorrer com os portugueses a perceberem que é muito importante votarem, que  é muito importante votarem respeitando as regras sanitárias“.

O candidato presidencial mencionou que  “inúmeras democracias assim o fizeram” durante a atual pandemia de covid-19.

“Acho que isso é uma maneira de mostrar um empenho na afirmação da democracia, não a suspendendo, não a paralisando, não a parando, não a adiando. Portanto, uma coisa é resposta serena e ponderada aos desafios da pandemia, outra coisa é afirmarmos a importância de vivermos em democracia, haja ou não pandemia”, reforçou.

Voto é um ato de “resistência contra o vírus”

O presidente da Assembleia da República considera que o voto nas presidenciais de domingo é uma  forma de “resistência contra o vírus” e afirma que seria “inadmissível” uma eventual “suspensão” deste ato eleitoral por causa da covid-19.

Estas posições são transmitidas por  Ferro Rodrigues numa mensagem de vídeo que dirige aos eleitores portugueses, fazendo-lhes um veemente apelo no sentido de que votem nas eleições presidenciais.

“Votar é uma obrigação indeclinável que as circunstâncias atuais não tornam impeditiva, como pudemos verificar no passado domingo, com a alta participação de quem exerceu antecipadamente o seu voto. Votar é uma das formas de defender a República e a democracia. Votar é também uma forma de resistência”, sustenta.

Uma resistência, segundo o presidente da Assembleia da República, “ contra o vírus e o medo, e  contra os que deles se querem aproveitar”.

Falando “em nome da assembleia representativa de todos os cidadãos portugueses, dotada de competências políticas, legislativas e de fiscalização”, Ferro Rodrigues vinca logo no início da sua mensagem que o Presidente da República “representa a República Portuguesa, garante a independência nacional, a unidade do Estado e o regular funcionamento das instituições democráticas”, sendo, “por inerência, comandante supremo das Forças Armadas”.

Ferro Rodrigues refere em seguida que, em democracia, os cidadãos são convocados, a intervalos regulares, para escolher os respetivos representantes através do voto, daí derivando a sua legitimidade.

“ Votar é um direito, mas é também um dever cívico, assente numa cidadania ativa e responsável, e cuja manifestação nos une enquanto comunidade nacional, independentemente de em quem escolhemos votar”, observa, antes de abordar a questão da atual situação epidemiológica complexa de Portugal.

“Presentemente enfrentamos uma pandemia, que se tem revelado devastadora a vários níveis, e encontramo-nos submetidos a um estado de emergência que nos impõe um dever cívico de recolhimento”, aponta.

O presidente da Assembleia da República refere que, na atual conjuntura de crise sanitária, “algumas vozes sugeriram que o ato eleitoral fosse, por isso, adiado, o que não é possível nos termos constitucionais”.

“Nem esta circunstância pode ser alterada, visto estarmos confrontados, desde logo, com a  proibição constitucional de praticar atos de revisão constitucional na vigência de um estado de emergência. E adiar para quando?”, questiona igualmente.

De acordo com o antigo secretário-geral do PS, “face à evolução da pandemia, esse adiamento  teria de ser para uma data indefinida, certamente longínqua, o que não é compreensível, nem mesmo admissível em democracia”.

Por outro lado, de acordo com Ferro Rodrigues, se não foi admitida nunca a suspensão do funcionamento pleno da Assembleia da República como órgão de soberania, “muito menos” se poderia admitir a suspensão de quaisquer atos eleitorais.

“Enquanto presidente da Assembleia da República, e em nome desta, apelo a que, no próximo domingo, as portuguesas e os portugueses exerçam o seu direito de voto, respeitando as regras sanitárias em vigor”, acrescenta.

ZAP //  Lusa

 

Voltar 


Subscreva a nossa News Letter
CONTACTOS
COLABORADORES
 
Eduardo Milheiro
Coordenador
Marta Milheiro
   
© O Notícias de Almeirim : All rights reserved - Site optimizado para 1024x768 e Internet Explorer 5.0 ou superior e Google Chrome